Recorde-se que a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) deixou de pedir à ASAE que recolha amostras para controlar os alimentos por uma questão de “racionalização de recursos”, explicou o diretor-geral da DGAV, Nuno Vieira e Brito, assegurando não estar em risco a saúde dos portugueses. A ASAE continua com as ações de fiscalização aos produtos vendidos diretamente ao público, cabendo à DGAV o controlo dos alimentos na sua origem.
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, também afastou a possibilidade de um embargo à carne portuguesa e referiu que “não há nenhum problema para a saúde pública, nem há nada que esteja a ser descurado nesta matéria”.
A informação de que os alimentos deixaram de ser controlados na sua origem, antes de serem modificados, foi avançada na edição de domingo do Jornal de Notícias, que referiu que em janeiro e fevereiro não foram recolhidas amostras e em março foram recolhidas cerca de 600. Até agora foram recolhidos um terço das amostras de alimentos a que a DGAV se propôs recolher este ano. O plano para 2012 é de 7500 recolhas, pelo que os técnicos já terão feito cerca de 2500.
O inspetor-geral da ASAE, António Nunes, explicou que o que não está a ser controlado desde março são os alimentos na sua origem, visto ser da responsabilidade da DGAV, que costumava pedir apoio à ASAE para recolher amostras de alimentos para análise, sobretudo nos matadouros. Nuno Vieira e Brito diz que se trata de racionalização de recursos, uma vez que “havia locais onde a ASAE recolhia e nós tínhamos inspetores sanitários, por isso não havia necessidade de a ASAE o fazer”, explicou, citado pelo Sol. Além disso, sublinha o responsável, nem sempre havia “uma resposta útil dos laboratórios”.
A DGAV assegura que a saúde dos portugueses não está em risco, uma vez que aquele trabalho passou a ser feito por técnicos de veterinária. Nuno Vieira e Brito relembrou ainda os números das inspeções de 2011, que das cerca de 7800 análises apenas 25 revelaram não cumprir a legislação. “13 eram contaminações ambientais, e portanto não são relevantes em questões de saúde pública, e das outras 12 apenas quatro tinham substâncias ilegais”, explicou o responsável.