A produção de pera poderá sofrer uma diminuição de mais de um terço (35%) este ano, naquela que foi uma das campanhas mais fracas dos últimos 20 anos, segundo as previsões agrícolas do Instituto Nacional da Estatística (INE).
Além da pera, o tomate e o arroz também poderão apresentar campanhas menos produtivas em comparação com anos anteriores.
No tomate, “as perspetivas apontam para um rendimento unitário de 88 toneladas por hectare”, o que, apesar de estar de acordo com a média de 2015 a 2019, será 10% inferior à campanha anterior, que registou a maior produtividade das últimas três décadas.
No caso do arroz, o INE aponta para uma diminuição global da produtividade de 5% em relação ao ano anterior, diminuindo para 5,1 toneladas por hectare, um resultado bastante inferior à média dos cinco anos anteriores (5,8 toneladas por hectare). As obras de reabilitação do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado terão afetado a produção, por terem ficado cerca de 3000 hectares de canteiros por semear no Alentejo. Além das obras, a escassez de água em determinadas zonas da Península de Setúbal não permitiu assegurar o alagamento dos canteiros.
Caso se confirmem as previsões, este será um ano de menor produção de frutas a nível nacional, ainda com uma quebra de 30% de pêssegos e de 20% nas maçãs. Com uma produtividade de 19,5 toneladas por hectare, as maçãs apresentam uma diminuição de 8% em comparação com a média dos últimos cinco anos.
De acordo com o INE, os fenómenos meteorológicos extremos, como o granizo ou temperaturas muito elevadas, são alguns dos fatores que podem ter afetado a produção da maçã, e foram mais graves nos pomares de Trás-os-Montes, que representaram 44% da produção nacional do último quinquénio.
O INE refere ainda que a produção do pêssego foi afetada, principalmente, pelo forte temporal que afetou o interior centro no fim de maio.
O INE apenas prevê um possível aumento de 5% na produção na uva de mesa. Contudo, de acordo com as previsões publicadas hoje, dia 19 de agosto, “as previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para a diminuição da produtividade nos frutos frescos e na vinha”.
Nas vinhas para vinho, as previsões do INE indicam “uma menor produtividade (com diminuições entre 20% e 30%) no interior Norte e Centro, e manutenção ou ligeiros aumentos nas restantes regiões”, o que poderá representar uma “diminuição de 5% no rendimento unitário, face à vindima anterior”.