A conclusão é de um relatório publicado esta semana pela FAO e pela OCDE: a procura mundial de alimentos vai crescer a um ritmo mais lento até 2025. O motivo? Uma quebra no aumento da população e a descida dos rendimentos nas economias emergentes.
Segundo o documento, que apresenta as perspetivas agrícolas de 2016 a 2025, os preços altos também poderão estar a acabar. Em 2015, registou-se, segundo a FAO e a OCDE, uma quebra nos preços nas principais culturas agrícolas, no pescado e na produção animal, e nos próximos anos a tendência deverá manter-se.
Como referem as duas organizações, a descida dos preços deve-se, sobretudo, ao aumento da oferta nos últimos anos, a uma quebra no ritmo da procura, justificada pela desaceleração económica, e à descida do preço do petróleo.
Por outro lado, até ao ano de 2025, a quebra na procura mundial de alimentos deverá ser também impulsionada por novos comportamentos dos consumidores. Segundo o estudo, nos países emergentes, em particular, os consumidores estarão cada vez menos dispostos a gastar muito com alimentos básicos. Ainda assim, refere, a procura de carne, peixe e produtos lácteos deverá manter-se estável.
Por outro lado, a FAO e a OCDE preveem que nos próximos 10 anos o aumento do consumo de alimentos nos países em vias de desenvolvimento permita reduzir a percentagem mundial de pessoas subnutridas de 11% para 8,0%, diminuindo de 788 para menos de 650 milhões de pessoas, com exceção da África subsaariana.
Contudo, a má nutrição deverá continuar a afetar tanto os países desenvolvidos como os países em vias de desenvolvimento, com a ingestão de açúcares, óleos e gorduras a dever continuar a aumentar a um ritmo mais rápido do que o consumo de alimentos básicos e proteínas.
Mas as más notícias não ficam por aqui. Segundo o relatório, o comércio agrícola deverá crescer a metade do ritmo da década anterior, caindo de 4,3% por ano para 1,8%.