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Produção de vinho no Dão ameaçada pela seca

Portugal continental pode enfrentar seca extrema em fevereiro

A produção de vinho da região do Dão está ameaçada pela prolongada seca que se regista atualmente e pelo frio extremo de janeiro e fevereiro, cuja consequência mais visível é um atraso generalizado na rebentação das vinhas. 

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD), Arlindo Cunha, admitiu a “preocupação de todos aqueles que estão no setor do vinho” no Dão e perspetivou que “este ano as probabilidades de haver problemas são grandes”, avança o Diário de Notícias.

O enólogo e professor na Escola Superior Agrária (ESA) do politécnico de Viseu, João Paulo Gouveia, acrescenta existirem indícios de que “a produção das vinhas novas, até aos quatro anos, já está seriamente comprometida” por falta de renovação nos recursos hídricos do subsolo.

 

O enólogo responsável por várias quintas produtoras na região referiu que “as razões para começar a temer o pior acentuar-se-ão se a ausência de chuva se prolongar e atingir severamente as vinhas mais antigas”.

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Para já, a questão essencial que inquieta os produtores é a seca prolongada, mas João Paulo Gouveia retira algum peso a este fator, porque, explica, o atraso na rebentação das videiras “tem também a ver com o frio extremo de janeiro e fevereiro”, embora a seca também contribua.

 

“Se chover em abril, os problemas serão muito atenuados, caso contrário, ao stress hídrico pode-se juntar o stress térmico, no momento em que as videiras, para suar, para refrescar, precisarem de água e esta não existir no solo”, alerta o professor da ESA.

O presidente da CVRD acompanha de perto a preocupação dos viticultores, admitindo que “os sinais existentes apontam para um ano complicado” e que “as probabilidades de as coisas correrem mal são maiores” porque, para além da seca, “existe ainda um risco acrescido de geadas”.