A causa destes valores deve-se ao surto de doenças que atingiram os animais do Centro-Oeste dos Estados Unidos e ao aumento dos preços das rações, em 2011 e 2012, referem Danielle Nierenberg e Laura Reunolds.
Danielle Nierenberg, coautor e diretor do projeto Worldwatch’s Nourishing the Planet, diz que “os sistemas de agricultura industrial contribuem para os surtos de doenças de diversas formas”, e explica que “os produtores mantêm os animais em espaços apertados e muitas vezes com más condições, proporcionando um bom ambiente para o desenvolvimento de doenças. Alimentam os animais com dietas que não possuem os nutrientes necessários para combater a doença, e muitos animais tomam antibióticos como medida preventiva, em vez de terem um tratamento terapêutico. Os humanos que consomem este tipo de carnes acabam por ganhar resistência aos antibióticos”.
A seca que se fez sentir na China, Rússia, Estados Unidos e no Corno de África, contribuiu para uma menor produção de carne e um aumento de preços, em 2010 e 2011. Esta combinação entre preços elevados e o surto de novas doenças nos animais, em 2011, permitiu que houvesse uma redução no consumo de carne, explica o instituto em comunicado.

De acordo com o relatório de 2012 realizado pelo International Livestock Research Institute, as doenças dos animais podem causar 2,7 milhões de mortes humanas por ano e são responsáveis por 75% das doenças infecciosas.
Para contrariar a tendência de décadas, o consumo de carne em todo o mundo diminuiu em 2011 para 42,5kg por pessoa e em 2010 para 42,3kg. Contudo, desde 1995, o consumo per capita de carne aumentou 15%, nos países em desenvolvimento, e nos países industrializados aumentou apenas 2%. Embora haja esta diferença de valores, o consumo de carne continua elevado, sendo que uma pessoa de um país em desenvolvimento consumiu 32,3 kg de carne em 2011, e uma pessoa dos países industrializados consumiu em média 78,9 kg, no mesmo período.