A Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais foi esta quinta-feira (12 de julho) aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros. Numa nota conjunta, a ANPOC, a ANPROMIS e a AOP congratulam-se com a aprovação das medidas e dizem que, “apesar de termos consciência do árduo trabalho que ainda temos pela frente, sentimo-nos com uma força acrescida para continuarmos a colaborar com o Ministério da Agricultura na implementação desta estratégia”.
As medidas agora aprovadas têm como objetivo atingir, dentro de cinco anos, um grau de autoaprovisionamento em cereais de 38%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos (aveia, cevada, trigo e triticale).
“Numa altura em que o nosso país tem um grau de autoaprovisionamento de cereais dos mais baixos da Europa e que o setor dos cereais atravessa uma das suas crises mais sérias de sempre, fruto dos baixos preços pagos à produção, esta iniciativa do Governo, constituiu para nós produtores de cereais um sinal de alento para enfrentarmos a responsabilidade que nos cabe – aumentarmos o grau de autoaprovisionamento de cereais do nosso país”, dizem as organizações de produtores, que estiveram envolvidas na definição deste plano estratégico.
De acordo com o diagnóstico realizado pelo Grupo de Trabalho dos Cereais, “a superfície ocupada com cereais correspondia, no final dos anos 80, a cerca de 900 mil hectares, aproximadamente 10% do território nacional, tendo diminuído para 257 mil hectares em 2016. Este decréscimo decorreu, essencialmente, da discrepância de preços praticados ao longo deste período em Portugal e na União Europeia. Os níveis de autoaprovisionamento apresentam atualmente um valor na ordem dos 23%”.