Os produtores de leite alemães estão em greve há cerca de duas semanas para reivindicar um aumento no preço do litro de leite para 43 cêntimos.
A Federação dos produtores (BDM) já veio a público apelar aos consumidores para se solidarizarem com a luta dos produtores, numa altura em que uma sondagem publicada num jornal de referência revelava que nove em cada 10 alemães estão dispostos a aceitar um aumento do preço do leite de 10 cêntimos por litro. A única condição imposta pelos inquiridos favoráveis ao aumento do preço do leite é que este reverta integralmente para os produtores.
Em Abril, o preço do litro de leite ao consumidor desceu na maioria dos supermercados alemães e custa agora, em média, 61 cêntimos.
Para além da greve, os produtores moveram um bloqueio às fábricas de lacticínios em vários pontos do país, nas centrais de distribuição das grandes cadeias de supermercados caso do Lidl, Edeka, Aldi, REWE e Norma. Estas acções geraram prejuízos estimados da ordem dos 50 milhões de euros.
Chegou a recear-se escassez de leite fresco mas a situação já está normalizada e todas as lojas e supermercados têm lacticínios em quantidade suficiente.
A luta dos produtores tem sido apoiada pelo ministro federal da Agricultura, Horst Seehofer, que já considerou demasiado baixo o preço que a indústria leiteira e o comércio a retalho paga aos criadores de gado.
No entanto, o director da associação de retalhistas alemães, Stefan Genth, criticou ontem os produtores de leite, afirmando que estes não podem culpar o comércio a retalho pela queda do preço do leite, que atribuiu a um excesso de oferta.
O boicote aos fornecimentos de leite já teve uma primeira consequência, uma vez que uma das maiores fábricas de lacticínios da Alemanha, a Molkereu Berchtesgadener Land-Chimgau, na Baviera, aceitou pagar aos seus 1800 fornecedores um valor de 43 cêntimos de euro por litro de leite.
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