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Agroindústria

Produtores de leite defendem programa de redução voluntária da produção

Produtores de leite defendem programa de redução voluntária da produção

A APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, apelou, através de comunicado, para que seja defendida na União Europeia a proposta de redução voluntária da produção apresentada pelo EMB-European Milk Board devido à quebra do consumo de produtos lácteos a nível europeu e às dificuldades de exportação, como consequência da pandemia.

“No contexto excecionalmente dramático desta pandemia nós, APROLEP-Associação dos Produtores de Leite de Portugal esperamos que o Governo português defenda, perante a União Europeia, a redução voluntária da produção apresentada pelo European Milk Board, em que os produtores que produzem menos na situação atual do que no mesmo período do ano passado receberiam um bónus por litro de leite não produzido. Este programa já foi brevemente implementado com sucesso em resposta à crise dos laticínios em 2016”, apela a APROLEP em comunicado.

 

De acordo com a associação, “esta situação pode ser ainda mais grave para os produtores de leite portugueses porque ocorre depois de 10 anos com o preço do leite ao produtor sempre abaixo da média comunitária”, reiterando que, nos últimos dois meses, em Portugal se registou o “pior preço entre os 27 Estados da Europa”, com 0,304 €/ kg, 4 cêntimos abaixo da média comunitária.

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Além deste contexto, algumas centenas de produtores portugueses, no continente e nos Açores, foram “notificados por vários compradores sobre descida do preço do leite”, perante a dificuldade de escoamento de produtos de valor acrescentado, nomeadamente, queijo, que deixou de ser vendido na restauração.

 

A APROLEP considera ainda que “as medidas recentemente anunciadas pela União Europeia de apoio à armazenagem privada de queijo ou leite em pó são claramente insuficientes, porque se está apenas a empurrar o problema para a frente, sem resolver os atuais desequilíbrios entre oferta e procura a nível europeu”. A associação acrescenta ainda que “nem o armazenamento privado nem a intervenção impedem a superprodução”, pois apenas permitem o armazenamento de excedentes que poderão afetar ainda mais negativamente o mercado português.

No comunicado, a associação apelou ainda “à escolha de produtos lácteos nacionais por parte dos consumidores portugueses, bem como à solidariedade e partilha de esforços da indústria e distribuição, para que a crise económica de setor lácteo não seja apenas assumida pelos produtores”.