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Retomar produção de beterraba sacarina é arriscado

PSD vai propor retoma da produção de beterraba sacarina

A produção de beterraba sacarina, a ser retomada neste momento, seria “uma opção arriscada”, defendeu o presidente da associação nacional de refinadores de açúcar, numa altura em que o assunto volta a merecer a atenção do Parlamento.

A Assembleia da República discutiu esta semana dois projetos de resolução, do PSD e do PCP, que recomendam ao Governo que retome a produção da beterraba sacarina, mas o presidente da Associação de Refinadores de Açúcar Portugueses (ARAP) acha que a ideia “é surrealista”, avança o site da RTP.

Francisco Avillez lembra que Portugal abandonou a produção de beterraba sacarina em 2006, porque não era rentável, e salientou que não existem garantias de que os preços se manterão favoráveis para os agricultores.

 

“Há seis anos desistimos da produção de beterraba porque os preços que a indústria podia pagar à produção não permitiam tornar a atividade rentável. Parece-me bastante surrealista que seis anos depois vamos pedir [à Comissão Europeia] para voltar a ter uma quota de beterraba e pergunto a que é que isso vai obrigar. Vai obrigar os produtores e a indústria a devolverem o dinheiro que receberam?”, questionou.

O presidente da ARAP adiantou que apesar de os preços do açúcar no mercado mundial estarem neste momento elevados, despertando novamente o interesse dos agricultores portugueses, “nada garante que a situação se vai manter”.

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“Se os preços voltarem a cair, voltamos a ter uma situação em que os preços que a indústria pode pagar não são suficientemente interessantes para os produtores e, se isso acontecer, a indústria deixa de ter matéria-prima porque os agricultores não vão querer produzir beterraba”, avisou, acrescentando que “esta opção é extremamente arriscada neste momento”.

Os deputados do PSD e PCP, que defendem a retoma da produção desta cultura, apontam outras vantagens, como o facto de Portugal ficar menos vulnerável a “sobressaltos” no abastecimento, como o que obrigou os supermercados a racionarem o açúcar no final de 2010.

 

Mas para Francisco Avilez esta é uma falsa questão porque “nunca houve problemas no fornecimento de açúcar no mercado mundial”.