O produtor Carlos Ferreira, da Hortomelão, as empresas Campotec e Migdalo, a Organização de Produtores Cersul e o projeto de investigação LUSARROZ foram os grandes vencedores da edição de 2017 dos Prémios Vida Rural. A cerimónia decorreu no passado dia 20 de abril, no Centro de Congressos do Estoril, no âmbito do Congresso AgroIn e contou ainda com a atribuição do Prémio Personalidade Armando Sevinate Pinto, entregue este ano ao professor e investigador Antero Martins.
Carlos Ferreira levou para casa o Prémio ‘Agricultor que Marca’, uma distinção para um empresário que está na agricultura há 27 anos e que tem crescido e investido nos últimos anos como poucos. Explora diretamente mais de 1100 hectares e produz em três países diferentes: Portugal, Espanha e Brasil, com uma faturação que ascende aos 21 milhões de euros.
A Campotec recebeu o prémio ‘Empresa Agrícola que marca’, pelo seu trabalho inovador na produção e transformação de hortícolas, com um trabalho de vanguarda a nível de técnicas e tecnologias quer agronómicas quer industriais.
O troféu ‘Investimento que Marca’ foi para a Migdalo, a jovem empresa de Ferreira do Alentejo, que se dedica à produção e transformação e comercialização de amêndoa. A Vida Rural valorizou a importância de um investimento com origem numa família de produtores agrícolas, estruturante para os agricultores e para a região onde se insere, sendo pioneira no descasque de amêndoa rija no Alentejo. “Numa altura em tanto se fala na urgência da agroindústria de proximidade, este é um projeto que saudamos com entusiasmo”, revelou Isabel Martins, diretora da revista Vida Rural.
A comemorar 25 anos de existência, a Cersul recebeu o prémio ‘Organização de Produtores que Marca’, uma distinção para uma organização que tem feito um trabalho notório de estímulo aos seus associados, com forte orientação para o mercado e com procura de culturas com criação de valor. Recorde-se que esta organização esteve na génese das recentemente criadas OP Alentejanices com Tomate e Azeitonices, apresentadas publicamente no passado mês de fevereiro, para dinamizar a agricultura alentejana na área do olival, amendoal e culturas alternativas.
Na Investigação e Desenvolvimento, o destaque vai para o projeto LUSARROZ, vencedor na categoria ‘I&D que Marca’, pelo longo trabalho de investigação que culminou na inscrição de duas variedades de arroz portuguesas no catálogo nacional de variedades, adaptadas às suas condições edafo-climáticas, que vai permitir aos produtores nacionais reduzir a dependência das variedades italianas que até agora monopolizavam o mercado, com reduções de custos de produção evidentes e ganhos de competitividade.