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Sector florestal sem investimento

A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) afirma que a floresta está a ser ignorada por dirigentes e autoridades em plena época de incêndios.

A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) afirma que a floresta está a ser ignorada por dirigentes e autoridades em plena época de incêndios.

Segundo a direcção da ANEFA, as implicações da carência de investimento, consequência da falta de capacidade financeira dos proprietários para investir na floresta, motivaram um problema de sustentabilidade, onde o volume de abate de árvores se tem mantido, ou mesmo, aumentado, sem que haja novas acções de rearborização, o que pode levar a uma condenação do sector num futuro próximo.

As consequências do alastramento do Nemátodo da Madeira do pinheiro (NMP) têm vindo a colocar em risco a sustentabilidade da floresta, bem como a falência de empresas. A associação elaborou uma proposta de plano de emergência, com medidas concretas para a erradicação do nemátodo, mas sem consequências práticas.

O Fundo Florestal Permanente (FFP), gerado através de um imposto aplicado aos combustíveis e pago por todos os contribuintes, poderia, no entender da associação, contribuir para o investimento no sector. No entanto, este não está a ser directamente aplicado nomeadamente nas questões associadas à arborização e manutenção.

“Ao fim de cinco anos de existência do fundo, que gera cerca de 30 milhões de euros por ano, apenas tem sido dado apoio ao planeamento, criação e manutenção de estruturas organizativas ligadas à produção, arranjo de caminhos e estradas e limpeza de faixas adjacentes, por parte dos municípios. Isto é, cerca de 150 milhões de euros, que dariam para arborizar mais de 100 mil hectares ou para limpar cerca de 200 mil hectares de terrenos que foram gastos no que menos importa para a floresta, não tendo sido até hoje plantada uma árvore com o dinheiro do FFP”, adianta a ANEFA em comunicado.

Esta instabilidade, aliada à inoperância do ProDeR – Programa de Desenvolvimento Rural têm, segundo a associação, contribuído para uma desmotivação geral que poderá condenar a curto prazo a evolução do sector em Portugal.

De acordo com a ANEFA, a aplicação de 150 milhões de euros para arborização representaria a criação de mais de 10 mil postos de trabalho permanentes ou a plantação de aproximadamente 120 milhões de plantas, a florestação de 100 mil hectares e, ao nível das receitas para o Estado, cerca de 37 milhões de euros em contribuições para a Segurança Social.

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