A Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores (Fenazeites) alertou que “todo o setor olivícola do Alentejo está paralisado, desde a apanha de azeitona aos lagares que a transformam”. Tal acontece no ano em que se prevê que a produção de azeite atinja a maior campanha desde que há registos (na ordem das 180 mil toneladas).
De acordo com a Fenazeites, a paralisação é resultado da capacidade de armazenamento esgotada ou praticamente esgotada das três grandes unidades de receção de bagaço de azeitona, proveniente dos lagares, cooperativos e não cooperativos, que processam toda a azeitona produzida no Alentejo. Esta situação levou a que não aceitassem mais matéria-prima.
O setor cooperativo, através da federação e a sua associada UCASUL – União de Cooperativa Agrícola, relata que tem vindo, há vários anos, a alertar para esta possibilidade. “Apesar disso, as unidades extratoras não tiveram autorização nem para aumentar a sua capacidade, nem licenciamento para abrir novas unidades”, nota.
Outros fatores são a “imagem negativa das unidades de tratamento de bagaço que tem passado nos últimos anos, seja através de grupos de pessoas ou de associações” e a não inclusão do setor no PDR2020 de 2018 a novembro de 2021. Aliado a isso, “a transferência de verbas do 2º pilar para o 1º pilar demonstra a pouca preocupação da administração na urgência dos investimentos na transformação e laboração dos bagaços”.