Hoje, 22 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Biodiversidade, sob o mote “As nossas soluções estão na Natureza”.
A Syngenta assumiu o compromisso de ajudar a inverter a perda da biodiversidade e o declínio dos polinizadores nos campos agrícolas quando há 15 anos lançou o Programa Operation Pollinator.
O programa, de âmbito internacional, consiste na instalação de margens multifuncionais nas parcelas agrícolas para atrair insetos polinizadores e outra fauna auxiliar benéfica para a agricultura. As margens são semeadas com uma mistura de sementes de espécies de plantas floridas, proporcionando alimento e refúgio aos polinizadores.
Em Portugal, o Operation Pollinator conta com a parceria de empresas agrícolas, como é o caso do Grupo Ortigão Costa, um dos mais recentes parceiros deste programa e no âmbito do qual instalou margens multifuncionais em campos demonstrativos de tomate para indústria, localizados na lezíria de Vila Franca de Xira.
“A manutenção da biodiversidade na nossa agricultura é cada vez mais importante para produzir de forma ambiental e economicamente sustentável e o nosso grupo tem a responsabilidade de dar o exemplo”, refere Patrícia Cotrim, directora do AG-Innov — Centro de Excelência Agrícola, criado pela Sogepoc, empresa do Grupo Ortigão Costa, para melhorar a competitividade e rentabilidade da cultura do tomate indústria.
Promover a biodiversidade na cultura dos frutos secos
Através do protocolo assinado com a Syngenta, a Sogepoc pretende promover a biodiversidade na cultura dos frutos secos, a área de investimento mais recente deste grupo empresarial, que detém 800 hectares de pomares de amendoeiras e nogueiras em São Manços (Évora) e Veiros (Estremoz).
No passado mês de Fevereiro instalou margens multifuncionais Operation Pollinator nestas culturas, com o objetivo de monitorizar a evolução da entomofauna local (polinizadores e insetos auxiliares).
A identificação e estudo das espécies de insetos nas margens Operation Pollinator em Portugal está a cargo do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), que confere a necessária validade científica ao programa.
“Nas primeiras observações realizadas na margem da Sogepoc encontrámos uma grande diversidade de insetos, tais como diferentes borboletas, Pieris, a abelha do mel, Apis mellifera, abelhões, Bombus spp, e outras abelhas solitárias (e.g. Lasioglossum spp) que têm uma grande importância no tópico da polinização», explica o entomólogo Ricardo Costa, investigador na FCUL.
“As margens multifuncionais são importantes pela sua diversidade florística, porque possuem recursos, como pólen e néctar, fontes de alimento para inúmeros grupos de insetos. Além disso, a cobertura vegetal serve de abrigo às fases imaturas (larvas) e às fases adultas de muitos insetos, resguardando-os do vento e da chuva”, garante este especialista.
Mais de 75% das culturas agrícolas utilizadas na alimentação dependem total ou parcialmente da polinização por insetos. O valor dos polinizadores nos ecossistemas globais está avaliado em 150 mil milhões de euros por ano.