Esta técnica estudada na Universidade de Aveiro consiste na distribuição pelos solos queimados de uma camada de restos florestais triturados. “Com a vegetação e a manta morta da superfície dos terrenos transformados em cinzas o solo fica extremamente vulnerável à ação da erosão”, refere Sérgio Alegre, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro responsável pelo estudo.
Níveis de pluviosidade, inclinação dos terrenos, características geológicas, clima, tipos de vegetação e ciclo de incêndios a que o terreno tem estado sujeito são alguns dos fatores ligados ao processo de erosão e que influenciam as perdas de solo. “Depois de um incêndio é preciso avaliar as zonas onde há risco de erosão. É claro que não podemos tratar toda a superfície ardida com o mulching porque seria inútil aplicá-lo nalgumas áreas que não precisam”, aponta o investigador.
Quanto às matérias-primas para triturar e usar nesta técnica, o cientista diz que não faltam em Portugal. “Pode-se aplicar as toneladas de cascas de madeira que não são utilizadas pelas fábricas de pasta de papel. É um material muito bom pois tem fibras longas que se adaptam ao solo formando uma espécie de rede que retém água e sedimentos.”
O mulching pode igualmente fazer uso do que sobra das podas e de “restos derivados das limpezas dos matos, dos jardins ou das bermas das estradas que, na maioria dos casos, são enviados para lixeiras”.