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Vila Galé investe 25 milhões de euros no setor agropecuário

Vila Galé investe 25 milhões de euros no setor agropecuário

O Grupo Vila Galé está a expandir e a investir no setor agropecuário com a entrada nas áreas de plantação de pera rocha e de criação de gado bovino, no Alentejo. Aliás, os investimentos nesta área atingem já cerca de 25 milhões de euros. “O Proder está sem recursos”, atira o presidente Jorge Rebelo de Almeida, em declarações à VIDA RURAL. 

Aliás, a burocracia associada a inúmeras dificuldades administrativas e a escassez de meios financeiros são, para o responsável, as principais dificuldades dos produtores nacionais. Contudo a mesma fonte acrescenta que “falta também uma grande melhoria no nível profissional da agricultura, por parte dos investidores”.

O grupo nacional entrou na área agrícola em 1999, com a aquisição de cinco de herdades que totalizam 1620 hectares (ha) e arrancou com a plantação de vinha, que atinge hoje 130 ha, e de olival com 150 ha. Paralelamente, iniciou a criação de gado em pastagem e as culturas cerealíferas tradicionais no Alentejo.

 

Em 2002 foi criada a Casa de Santa Vitória, que pertence 100% à Vila Galé e produz vinhos e azeites, produtos que têm vindo “a alcançar notoriedade e prestígio, quer no mercado interno, quer na exportação como no Brasil, Polónia, Luxemburgo e França”, como destaca Jorge Rebelo de Almeida. Aliás, o vinho Casa de Santa Vitória ganhou, recentemente, em São Paulo o prémio “Melhor Tinto do Velho Mundo”.

O responsável acredita que estes negócios no setor agropecuário ligam perfeitamente com a atividade que o grupo tem no setor hoteleiro. “O objetivo, para além de diversificar negócios, é apostar numa área que é fundamental para o desenvolvimento económico do país”, afiança.

 

Rebelo de Almeida considera que “o Alentejo é uma região com um potencial de crescimento enorme, onde para além das culturas tradicionais, da vinha e do olival, há muitas oportunidades para os produtos horto frutícolas”. Com este investimento, o Grupo Vila Galé gerou emprego direto na região: “Fixo na área agrícola e na Casa de Santa Vitória, para além do recurso a prestadores de serviços, com um peso muito significativo”, especifica o entrevistado.

Os vinhos e o azeite Casa de Santa Vitória, bem como as carnes estão já a ser distribuídos pela cadeia Pingo Doce.

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Em 2011, foi criada a SV Frutas (Santa Vitória) em parceria com a Sociedade Agrícola Quinta do Malpique de José Paulo Duarte, para a produção de pera rocha, 15 ha já plantados nesta primeira fase, a qual será distribuída pela Abrunhoeste e destinada essencialmente à exportação.

Em parceria com um produtor espanhol Joan Catalã, o grupo plantou também um campo experimental de frutas com 3,5 hectares, onde tem 13 espécies em avaliação. Além disso, o vinho de entrada da gama Versátil é servido na TAP, com um volume superior a 250 mil garrafas, antecipa o responsável.

 

A grande aposta é aumentar as exportações dos produtos da Casa de Santa Vitória, vinhos que se iniciam no Versátil e terminam no Inevitável (topo de gama), passando pelos Casa de Santa Vitória Reserva, Touriga Nacional, Alicante, Boushet, Cabernet Sauvignon, com grande destaque para os brancos, e para o azeite gourmet e, a partir de agora também, para a pera rocha.

Mas será que os consumidores portugueses estão suficientemente sensibilizados para comprarem produtos nacionais? “Começa a registar-se uma tendência, para os portugueses reconhecerem que o “nacional é bom””, acredita Rebelo de Almeida.

O presidente do grupo considera que “é hoje fundamental para a nossa sobrevivência, na situação de emergência que atravessamos, um regresso em força ao campo e às atividades agrícolas, com maior profissionalismo, maior rigor e ambição”. Acrescentando que o setor agrícola caiu com a entrada de Portugal na União Europeia, gerando desequilíbrio na nossa balança comercial.