Casta autóctone nacional
Sinonímia: Trousseau (França), Merenzao (Espanha)
A actual utilização desta casta para plantações está abaixo de 0,5%.
Informação Viticert
Morfologia
Extremidade do ramo jovem: Aberta, com média densidade de pêlos prostrados e orla carmim forte.
Folha Jovem: Verde com placas ligeiramente acobreadas, página inferior com média densidade de pêlos prostrados.
Flor: Hermafrodita.
Pâmpanos: Ligeiramente estriados de vermelho, média intensidade antociânica dos gomos.
Folha Adulta: Tamanho médio, orbicular, trilobada. Limbo verde médio, irregular, bolhosidade média, página inferior com média densidade de pêlos prostrados. Dentes médios e convexos. Seio peciolar pouco aberto, com a base em V, desguarnecido junto do ponto peciolar, seios laterais abertos em V.
Cacho: Pequeno, cilíndrico, compacto. Pedúnculo de comprimento médio.
Bago: Elíptico curto, médio a pequeno (dependente dos clones) e negro-azul a roxo carregado (a cor do bago varia muito entre clones, nunca sendo muito intensa; película de espessura média, polpa mole.
Sarmento: Castanho-escuro.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fenologia
Abrolhamento: Precoce, 3 dias após a ‘Castelão’.
Floração: Precoce, 2 dias após a ‘Castelão’.
Pintor: Precoce, 2 dias antes da ‘Castelão’.
Maturação: Precoce, uma a duas semanas antes da ‘Castelão’.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN

Fisiologia
Porte prostrado. Vigor médio. Bastante sensível às doenças, principalmente à Podridão.
Produtividade média a baixa.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Valor genético
Não existem valores disponíveis.
Casta classificada
Vinho regional de Trás-os-Montes, das Beiras, da Estremadura, no Vinho Regional “Ribatejano”, das “Terras do Sado” e Algarve. Nos DOC de Porto, Douro, Távora-Varosa, Bairrada, Dão, Beira Interior, Palmela e Madeira. Nos IPR de Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês.
Informação Anuário IVV
Descrição geral
A sua principal característica é a grande precocidade, que lhe permite amadurecer cerca de 15 dias antes de qualquer outra, nas regiões de origem. Por isso, atinge teores de açúcar elevadíssimos, sendo vulgar os seus cachos serem vindimados quando já estão completamente em passas ou, quando chove, em adiantado estado de apodrecimento. Pena que isso aconteça, pois a nobreza da casta, donde sobressai a delicadeza do seu aroma não merecia que as uvas fossem vindimadas muito para além do grau óptimo de maturação.
Prof. Loureiro
Descrição do vinho monovarietal
O aroma desta casta é muito característico, lembrando frutos e bagas silvestres quando jovem, evoluindo para composições aromáticas mais complexas, com notas de fumo, café, erva seca, ameixas secas e tabaco. Ao longo do envelhecimento os vinhos ganham aromas mais complexos e profundos, com 10 anos ou mais de estágio surgem aromas de madeira mesmo em vinhos que aí nunca estiveram.
Prof. Virgílio Loureiro ISA
Qualidade do material vegetativo
Material certificado clone 48 JBP (Plansel).
Alguns vinhos no mercado
Não são conhecidos vinhos monocasta de Bastardo. O vinho com esta designação comercial, corresponde à Tinta Caiada cuja sinonímia no Alentejo era Bastardo.