Nasceu em 2012, da vontade de três jovens universitários, e começa agora a atingir a velocidade de cruzeiro. A Easy Fruits & Salads quer aumentar a área de produção e “pretendemos continuar a apostar no desenvolvimento dos produtos de IV gama, assim como chegar a todas as ilhas dos Açores (atualmente já comercializamos os nossos produtos em cinco das nove ilhas)”, diz-nos Andreia Marques.
A Easy Fruits & Salads dedica-se à produção, processamento e comercialização de produtos hortofrutícolas e é um exemplo da dinâmica do setor agrícola nos Açores em geral e em São Miguel em particular, com a aposta em novas culturas. Na ilha, para além das produções tradicionais – leite, carne, ananás, chá, beterraba-sacarina, tabaco, compotas e temperos, entre outros –, nos últimos anos houve um ressurgimento do setor vitivinícola (com vários novos projetos, principalmente na ilha do Pico, mas não só), e começaram a aparecer projetos em novas áreas, como as hortofrutícolas.
A empresa foi visitada pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, à margem da sua presença no encerramento do 8.º Colóquio Nacional do Milho e que a VIDA RURAL acompanhou.
O sonho de três universitários
Esta é uma empresa sonhada em 2008 por três amigos que se conheceram na Universidade e “desejavam desenvolver um projeto inovador na área da agricultura, explica Andreia Marques, uma das sócias do projeto, a par de João Monteiro e Emanuel Barcelos. A candidatura avançou em 2010 e em 2012 começaram a construir as estufas.
“Buscamos a valorização da produção regional, tirando partido da nossa visão e dos nossos ideais, do potencial produtivo da nossa região, assim como do know-how de que dispomos nesta área. Procuramos pensar no produto de uma forma integrada. Ou seja, não pensamos simplesmente em produzir um hortícola. Quando pensamos no desenvolvimento de um produto, procuramos selecionar a variedade e a semente certa, reunir as condições de produção adequadas, definir as características organoléticas pretendidas, o público a que se destina, a forma como esse produto se apresentará ao consumidor, a imagem, a comunicação, etc. Desse modo podemos oferecer um produto ímpar que se adequa às necessidades e aos desejos dos consumidores”, explica Andreia Marques.
IV gama sempre na mira
O objetivo foi sempre apostar nos produtos de IV gama (processados, lavados, embalados e prontos a consumir), mas primeiro iniciaram-se com os produtos frescos. “Começámos por produzir de tudo um pouco, mas a principal aposta desde cedo foram as alfaces multifolhas, pelo carácter diferenciador e inovador das mesmas, pela facilidade do consumo e sempre associadas a um packaging atrativo que levasse a marca Easy a todos os consumidores”, afirma a sócia da empresa, acrescentando: “começámos por produzir apenas sob coberto, depois aumentámos a produção através da exploração de outras áreas ao ar livre. Desde cedo que o nosso projeto foi desenvolvido com outra empresa [a Gelvalados], parceira na distribuição e comercialização dos nossos produtos. Essa parceria permitiu-nos entrar de forma mais consistente no mercado, usufruindo da experiência e estrutura do parceiro”.
Atualmente a Easy Fruits & Salads explora uma área de produção de cerca de dois hectares, entre produção sob coberto e em ar livre. O principal produto são as alfaces multifolhas e os hortícolas de folha que são vendidos em I gama, “mas também alimentam uma pequena indústria de IV gama [saladas]. Existem alguns produtos nos quais procurámos uma maior especialização, nomeadamente as babyleafs, as alfaces, o tomate cherry, as ervas aromáticas, etc.”, refere Andreia Marques.
A procura e aceitação dos produtos permitem pensar na expansão. “Pretendemos continuar a aumentar a nossa área de produção” e “continuar a apostar no desenvolvimento dos produtos de IV gama, assim como chegar a todas as ilhas dos Açores (atualmente já comercializamos os nossos produtos em cinco das nove ilhas)”, revela, adiantando: “também já fomos abordados no sentido de desenvolver uma experiência de comercialização dos nossos produtos no Continente. Essa é uma ideia que nos agrada muito, no entanto temos de ser bastante realistas e cuidadosos com essa abordagem, pois temos perfeita noção da nossa dimensão e capacidade de resposta. Por outro lado, não temos dúvida alguma acerca da qualidade dos nossos produtos, pelo que continuaremos a trabalhar para que essa possibilidade se torne realidade”.
Artigo publicado na edição de maio de 2016 da revista VIDA RURAL