As candidaturas ao Pedido Único de Ajudas (PU2023) continuam a crescer vagarosamente. De 4 de junho a 2 de julho, o número de candidaturas ao Apoio ao Rendimento Base (ARB) aumentou de 18% para 32% (+14%) da área definida como meta no PEPAC, o que deixa de fora 68% do objetivo.
Com o prazo a terminar no dia 14 de julho, foram apenas efetuadas candidaturas correspondentes a 964 890 hectares de um total de 3 036 795 hectares.
Analisando os dados do IFAP, neste momento estão as seguintes metas a 0%:
- Gestão do solo – Promoção da Fertilização Orgânica
- Melhorar eficiência alimentar animal
- Bem-estar animal
- BALD PG – Planos Zonas Agroambientais – Gestão Pastoreiro em áreas de baldio
- Gestão Integrada em Zonas Críticas – Baldio
- Proteção de espécies com estatuto – Silvoambientais
A intervenção com maior procura, neste momento, é a CONV – Animais em modo Produção biológico (1254%), CONV – Superfícies em modo Produção biológico (606%) e Mosaico florestal (160%).
Face aos números, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) volta a denunciar “uma gravíssima falha” no funcionamento do sistema.“A operacionalização do PEPAC não beneficiou de qualquer correção na sequência dos continuados e consistentes avisos que a Confederação tem vindo a efetuar e, com base nos dados recolhidos esta semana pelo IFAP”, explica a organização.

A CAP exige “ao Governo uma garantia que no decurso do mês de outubro os pagamentos devidos aos agricultores sejam efetuados sem atrasos” e que cabe ao executivo “a responsabilidade pela gravíssima situação que vivemos, a qual já não pode ser ignorada e cujas consequências, se nada for feito, se farão sentir ao longo dos próximos anos”.
A CONFAGRI manifestou também as suas preocupações, elencando que quase 50 mil agricultores não têm conseguido efetivar a sua candidatura. Dessa maneira, pede a uma “simplificação do processo recolha de candidaturas”.
“Para a Confederação é inaceitável que algum agricultor possa ficar excluído de se candidatar por prazos insuficientes, faltas de documentos ou de pareceres administrativos que lhes são alheios”, defende.
“A CONFAGRI louva o esforço dos técnicos e de todas as suas organizações associadas, que têm vindo a desenvolver, tentando travar a agonia dos agricultores que receiam ficar fora dos apoios a que têm direito”, conclui.
As organizações ficam agora à espera da resposta do executivo.