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Agricultura

UE promete apoio aos países e agricultores para concluir acordo com o Mercosul

UE promete apoio aos países e agricultores para concluir acordo com o Mercosul iStock

A Comissão Europeia garantiu ontem, dia 22 de dezembro, apoio aos países e agricultores da União Europeia (UE) para concluir, “o mais rapidamente possível”, o acordo com o Mercosul.

“A Comissão está pronta para apoiar os Estados-membros com vista a assinar o acordo com o Mercosul o mais rapidamente possível. Tomamos nota do plano do Conselho de tomar uma decisão no início do próximo ano e tomamos igualmente nota do apoio de uma clara maioria dos Estados-membros a este acordo”, referiu um porta-voz da Comissão em comunicado à imprensa em Bruxelas.

 

Após a UE ter adiado para janeiro a assinatura oficial do acordo com o Mercosul, a Comissão Europeia afirmou acreditar “firmemente” na relevância do acordo para a posição global da Europa.

“Este acordo consolidará a nossa presença comercial e política na América Latina, impulsionará a nossa competitividade global e reforçará a nossa resiliência, abrindo oportunidades de exportação no valor de milhares de milhões de euros e apoiando centenas de milhares de postos de trabalho na Europa. Dará também um impulso significativo aos nossos esforços de diversificação com parceiros comerciais que partilham os mesmos valores”, sublinhou o mesmo porta-voz.

 

Na sequência das grandes manifestações em Bruxelas no final da semana, a instituição europeia destacou que “para os agricultores da UE, o acordo apresenta novas oportunidades, com um potencial aumento de 50% nas exportações agroalimentares da UE para a região e a proteção contra imitações de produtos alimentares e bebidas tradicionais de alta qualidade da UE”.

Segundo a mesma fonte, “em resposta às preocupações dos agricultores e dos Estados-membros da UE, o acordo prevê também um conjunto sem precedentes de medidas para proteger os setores agroalimentares sensíveis, incluindo quotas de importação muito limitadas para produtos sensíveis introduzidas gradualmente e salvaguardas mais fortes de sempre contra qualquer potencial aumento das importações”.

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Bruxelas referiu ainda medidas de acompanhamento para apoiar os agricultores, incluindo controlo reforçado das importações e auditorias, alinhamento das normas de produção e uma rede de segurança de 6,3 mil milhões de euros.

A Comissão Europeia espera agora a aprovação, por maioria qualificada, do Conselho da UE de um acordo negociado há 25 anos.

 

Na passada terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou salvaguardas e o Conselho da UE já fechou um acordo sobre cláusulas destinadas a proteger os agricultores europeus de um eventual aumento das importações latino-americanas.

A França lidera um grupo de países que se opõe à parceria entre os dois blocos, ao qual se juntou recentemente a Itália, formando uma minoria de bloqueio.

Após o anúncio do fim das negociações, em dezembro de 2024, a UE e os países do Mercosul procuram agora finalizar aquele que poderá ser o maior acordo comercial e de investimento do mundo, abrangendo um mercado de cerca de 700 milhões de consumidores e reforçando a cooperação geopolítica, económica, em matéria de sustentabilidade e de segurança.

O acordo envolve os 27 Estados-membros da UE e Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, cobrindo cerca de 25% da economia mundial e 780 milhões de pessoas.