“Há cerca de oito mil produtores de leite em Portugal e um terço está com problemas financeiros graves”, alertou o Presidente. “[Se no ano passado] estávamos mal, a partir do início de Janeiro ficámos pior com o preço das rações a aumentar de forma significativa”, rematou o presidente avançando que, neste momento, “há produtores que não têm dinheiro para comprar rações para os animais”.
Nos últimos 12 meses “a soja subiu 11%, a colza 46% e o milho 41%. Desde agosto último, o preço da ração para as vacas leiteiras subiu cerca de oito cêntimos o quilo, uma escalada que deve continuar até março”, referiu Carlos Neves. “Também o gasóleo agrícola aumentou 10 cêntimos por litro e o adubo subiu seis euros por saco, mas o preço do leite manteve-se igual”, complementou.
Caso o preço do leite se mantenha estagnado, o presidente da APROLEP prevê que “muitas produções agrícolas fechem portas”, porque os empresários “estão a ter lucro zero e muitos deles já estão em pré-falência, não conseguindo fazer face às despesas”.

Os produtores reclamam 40 cêntimos por cada litro de leite, o que corresponde a um aumento de quatro a cinco cêntimos face aos valores atualmente praticados.
A “revolta e o desânimo é grande”, adiantou Carlos Neves, por isso pede a “união deste setor para reclamar melhores condições de trabalho”, que é composto por “mais de 100 mil pessoas”.