O encontro foi promovido pela Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro – Avidouro – e culminou num documento que pede “um aumento do benefício para a vindima 2011” e “a venda do vinho a preços que cubram os custos de produção”. O Manifesto deverá ser endereçado posteriormente à Assembleia da República.
O alerta para os problemas dos produtores de vinho foi lançado pela dirigente da Avidouro, Berta Santos: “É muito difícil a situação que se vive no Douro”, disse à Agência Lusa. A mesma considerou que vários dos que ajudaram a construir a paisagem vitivinícola da região vendem o vinho a preços reduzidos ou não o conseguem vender de todo. A situação é confirmada pelo agricultor Manuel Mota Ribeiro que afirmou ter vendido cinco pipas de vinho resultantes da última vindima mas ressalvou que o que recebeu “não deu para pagar os custos de produção”.
Segundo a Associação, os lavradores recebem 600 euros por pipa de vinho do Porto e no que respeita aos vinhos do Douro “ainda nem sequer se sabem quais os preços que vão ser praticados”, mas deverão rondar os “75 e 125 euros por pipa”.
“Neste momento o que se sente é que o comércio domina da cepa ao cálice e os vitivinicultores estão completamente na mão das grandes quintas e do comércio”, crítica Berta Santos.
Os subscritores do Manifesto deverão participar numa manifestação a 20 de maio, em Lisboa, promovida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Foi ainda discutida a possibilidade destes saírem à rua antes da próxima vindima, no Peso da Régua.
