O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, defendeu ontem (04 de novembro), junto do Presidente da República, que um novo estado de emergência teria de ter contornos diferentes, para não pôr em causa a sobrevivência das empresas.
“A ser decretado um novo estado de emergência, terá de ter contornos diferentes para que não haja confinamento total, porque a economia não suportaria isso”, disse Oliveira e Sousa à agência Lusa, após uma reunião com Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o presidente da CAP, o atual estado da saúde pública é um perigo, mas considerou que as medidas que venham a ser tomadas para travar a pandemia da covid-19 devem ser compatíveis com a sobrevivência das empresas, para evitar o colapso da economia.
Eduardo Oliveira e Sousa salientou que muitas empresas correm o risco de fechar, pondo em risco os empregos, e alertou para os atrasos nos pagamentos de subsídios aos agricultores.
“Os agricultores não foram abrangidos pelos apoios às empresas no âmbito da pandemia, porque continuaram a trabalhar, mas precisam que lhes sejam pagos atempadamente os apoios provenientes da política agrícola comum, o que não aconteceu em outubro”, disse.
Segundo Oliveira e Sousa, os agricultores ainda não receberam o que lhes era devido em outubro e “esse dinheiro faz-lhes falta”.
Nos últimos dias, o Presidente da República tem promovido uma série de encontros para auscultar os parceiros sociais, depois de ter ouvido os partidos políticos, sobre a declaração de um novo estado de emergência para fazer face à evolução da pandemia.