Cerca de 1,7 mil milhões de pessoas em todo o mundo vivem em áreas onde a degradação dos solos, causada pelo ser humano, está a reduzir os rendimentos das culturas, a afetar a produtividade agrícola e a saúde dos ecossistemas.
As conclusões são do mais recente relatório “O Estado da Alimentação e da Agricultura” (SOFA), da responsabilidade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O relatório destacou também que a degradação dos solos não é apenas uma questão ambiental, mas igualmente um problema que afeta a produtividade agrícola, os meios de subsistência rurais e a segurança alimentar.
O estudo da FAO oferece assim uma análise abrangente sobre como a degradação dos solos induzida pelo ser humano impacta os rendimentos das culturas, ao mesmo tempo, examina a interseção entre perdas de produtividade, pobreza, fome e outras formas de desnutrição.
Neste sentido, a organização sublinhou que esta situação resulta de uma combinação de fatores naturais e, principalmente, de pressões humanas, como a desflorestação, cultivo contínuo e práticas agrícolas insustentáveis.
Segundo o relatório, reverter apenas 10% da degradação induzida pelo ser humano nos solos agrícolas poderia restaurar produção suficiente para alimentar mais 154 milhões de pessoas anualmente.
A organização destacou ainda que, para alcançar esses objetivos, é essencial adotar medidas sustentáveis como rotações de culturas e cobertura dos solos, que ajudam a preservar a saúde dos mesmos, a reduzir a erosão e a contribuir para a biodiversidade.
Além disso, a FAO defendeu a necessidade de estratégias integradas de uso da terra e políticas públicas adaptadas às necessidades dos pequenos agricultores, que enfrentam restrições financeiras distintas de grandes propriedades agrícolas.
Medidas regulatórias como o controlo da desflorestação e programas de incentivo para práticas agrícolas sustentáveis são vistas como essenciais para combater a degradação dos solos e melhorar a segurança alimentar global, enfatiza a organização. A par disso, o relatório também sugere que a adaptação das políticas agrícolas às condições locais ajudaria a reduzir a degradação e a promover a sustentabilidade no setor.

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