A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI) pediu ao Ministério da Agricultura e Pescas para reconhecer a doença “fogo bacteriano”, que afeta essencialmente as culturas de Pera Rocha, como catástrofe natural.
A Confederação apelou ainda ao Governo a abertura, “com carácter de urgência”, de candidaturas à Operação 6.2.2 – Restabelecimento do Potencial Produtivo, para os produtores com pomares afetados pela doença ou objeto de arranque nos últimos anos, assim como a abertura de um aviso dedicado à plantação e modernização de pomares de Pera Rocha, no âmbito da Operação C.2.1.1 – Investimento Produtivo Agrícola – Modernização.
De acordo com o comunicado de imprensa, esta doença, provocada pela bactéria Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al., já conduziu ao desaparecimento de perto de um milhar de hectares de pomares de Pera Rocha, causando “elevados prejuízos aos fruticultores e à economia das regiões afetadas”.
Além disso, a Confederação refere ainda que, nos últimos anos, esta cultura perdeu metade da sua produção, sendo “imprescindível o restabelecimento do potencial produtivo do pomar de Pera Rocha, não só através do apoio a replantações com árvores certificadas e isentas da doença, mas também da realização de intervenções sanitárias para remoção das partes infetadas”.

E mais, a CONFRAGRI defende também que devem ser fornecidos apoios para as estratégias de proteção das plantas ainda sem sintomas, sob pena do desaparecimento de uma variedade de Pera com denominação de origem protegida (DOP).
A comunicação explica ainda que, face à inexistência de tratamentos eficazes, a remoção e destruição por queima das partes das plantas com sintomas e o arranque e destruição imediata por queima das árvores com sintomas no tronco, têm sido os procedimentos adotados para reduzir a propagação da doença.
No entanto, sublinha a Confederação, tratam-se de ‘soluções’ que levam “à redução do potencial produtivo dos pomares, assim como ao seu desaparecimento, quando a sua existência deixa de ser economicamente viável”.