A papeleira britânica DS Smith concluiu a venda de 870 hectares de floresta sustentável em Portugal, certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), e distribuída entre as regiões de Bragança e Alentejo.
Segundo comunicado de imprensa divulgado pela consultora imobiliária Savills, que mediou a operação, a herdade de Vale de Mouro, com 709 hectares, foi adquirida pela empresa portuguesa Antarr, detida pelos proprietários da Sonae e pela Fundação Calouste Gulbenkian. A comunicação sublinha ainda que a Antarr, vê esta compra como “um marco relevante no seu portefólio”.
Para além desta aquisição, a DS Smith concretizou ainda a venda de 161 hectares de floresta sustentável a uma empresa do setor madeireiro, cuja identidade não foi revelada.
No conjunto, as duas transações, cujos valores também não foram divulgados, alcançaram os 870 hectares de florestas com plantações de pinheiro-manso, sobreiro e eucalipto de rotação média, e constituem a primeira fase de uma iniciativa florestal transfronteiriça que abrange 2.685 hectares de áreas geridas de forma sustentável em Portugal e Espanha.

“As florestas colocadas à venda pela DS Smith representam uma rara combinação de gestão ambiental e silvicultura comercial, concebidas para satisfazer critérios ecológicos e de investimento num mercado em constante evolução de capital natural e esforços de preservação florestal”, lê-se na comunicação.
Segundo Matthew Stone, Group Property Director da DS Smith, “estamos muito satisfeitos com a parceria com a Antarr que, como novos proprietários das nossas florestas portuguesas, demonstrou o seu compromisso com o investimento ético contínuo e a longo prazo. Estamos ansiosos por encontrar um investidor de alto nível semelhante para as nossas florestas em Espanha”.
Já Bruno Amaro, Rural Business Developer da Savills Portugal, refere que esta transação “é um passo decisivo no mercado português de investimento florestal. Ilustra o crescente interesse pelas florestas não só como ativos madeireiros, mas também como veículos para o valor ambiental e financeiro a longo prazo”.
E continua: “o sucesso da venda em Portugal destaca a forma como os investidores institucionais, e com foco no impacto, estão a abraçar o setor florestal”.