Os dados apurados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) confirmam a tendência já antecipada em julho, indicando uma quebra de 11% na produção vitivinícola face à campanha anterior, de acordo com a previsão de vindima então divulgada.
Os dados recolhidos nas Declarações de Colheita e Produção (DCP) confirmam uma diminuição do volume produzido, que totalizou 5,9 milhões de hectolitros (Mhl), o que representa um decréscimo de 14% face à campanha 2024/2025. Comparativamente à média das cinco campanhas anteriores, a produção registou uma redução de 16%.
De um modo geral, a produção registou uma diminuição na maioria das regiões face à campanha anterior, com especial destaque para o Douro (-34%), o Algarve (-20%), o Alentejo (-19%) e Trás-os-Montes (-18%).
As regiões do Douro e do Alentejo registaram as maiores quebras em volume face à última campanha, totalizando cerca de 780 mil hectolitros. Em sentido inverso, os Açores (+221%) e a Beira Interior (+2%) destacaram-se por apresentarem aumentos de produção relativamente à campanha 2024/2025.
As produções declaradas como aptas a Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) mantêm-se dominantes, representando nesta campanha 91% da produção nacional.
Segundo os dados, à semelhança dos anos anteriores, a produção nacional continua a ser dominada pelos vinhos tintos, que representam 53,9% do volume total. Os vinhos brancos mantêm uma trajetória de crescimento, situando-se nesta campanha ligeiramente acima dos 2,3 milhões de hectolitros e correspondendo a 39,4% da produção nacional. Os vinhos rosados representam os restantes 6,7%.
Entre os fatores que contribuíram para o decréscimo da produção destaca-se a instabilidade meteorológica, caracterizada por precipitação intensa e temperaturas amenas durante a primavera, condições que favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas, em particular o míldio.

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