Estima-se, para 2011, um decréscimo nominal, embora ligeiro, da produção do ramo agrícola a preços de base (-0,6%) e um aumento do consumo intermédio (+5,3%). O VAB (valor acrescentado bruto) deverá diminuir 10,2% em termos nominais, refletindo a diferença significativa de amplitude na evolução dos preços na produção (+0,8%) e no consumo intermédio (+8,7%).
Produção vegetal
Em termos nominais, estima-se que a Produção Vegetal diminua 5,4% face a 2010, em resultado de variações negativas em volume (-2,7%) e preço (-2,8%). As culturas com contributos mais significativos para estes decréscimos em valor foram os vegetais e produtos hortícolas e o vinho.
Relativamente ao vinho, as condições climatéricas penalizaram o estado sanitário das uvas, conduzindo a um decréscimo no volume produzido (-17,1%).
Produção animal
Para 2011, prevê-se que a produção animal registe um acréscimo de 5,6%, em valor, destacando-se os acréscimos nominais nos bovinos e leite (+16,0% e +11,4%, respetivamente). Em termos gerais, o volume da produção animal deverá aumentar ligeiramente (+0,4%) e os preços de base deverão crescer 5,2%.

Em relação ao leite, antevê-se uma estabilização do volume produzido, após dois anos de decréscimos. Relativamente ao preço de base, estima-se um aumento de 11,4%, na sequência de alguma recuperação do nível de preços comparativamente a anos anteriores (-11,8% em 2009 e -3,1% em 2010) e de um aumento dos subsídios ao produto pagos em 2011.
No que se refere à produção de suínos, deverá assistir-se a um decréscimo nominal de 1,5%, decorrente de uma redução nos preços (-2,1%), uma vez que o volume deverá permanecer semelhante ao do ano anterior (+0,6%). A atividade tem registado um aumento de custos, sem reflexos no preço do produto final.
Para as aves, estima-se um aumento nominal da produção (+2,7%), em consequência do acréscimo do preço (+4,2%), dado que o volume deverá diminuir 1,4%.
Consumo intermédio e VAB
O consumo intermédio (CI) deverá aumentar 5,3% em valor em 2011, em função do acréscimo dos preços (+8,7%), uma vez que é expectável uma redução de 3,1% em volume. Este decréscimo do CI, em termos reais, dever-se-á, sobretudo, à variação negativa do volume no consumo de alimentos para animais (-2,7%), resultante das dificuldades existentes ao nível das explorações pecuárias. Em 2011, regista-se um aumento generalizado dos preços dos meios de produção, com especial ênfase para os adubos e corretivos do solo (+18,9%), energia e lubrificantes (+14,3%) e alimentos para animais (+13,2%).