A União Europeia (UE) continua a ser um dos maiores mercados mundiais de frutos secos, com importações que totalizaram 6 mil milhões de euros em 2024, segundo um relatório realizado para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A análise também revelou que os EUA são o principal fornecedor de nozes e representam 37% de todas as importações de frutos secos da UE, posição que mantêm desde 2023.
De acordo com a relatório, segue-se a Turquia (25%), sobretudo em avelãs, o Vietname (cajus) e o Chile (avelãs e nozes). Entre os produtos norte-americanos mais importados destacam-se as amêndoas (847 milhões de euros), os pistácios (828 milhões) e as nozes (342 milhões).
O relatório também dá conta de que, apesar do aumento da produção interna, a procura continua a superar a oferta, tornando as importações essenciais para satisfazer o consumo e a indústria.
No bloco europeu, Alemanha, Espanha e Países Baixos são os principais importadores de frutos secos dos EUA. O consumo é impulsionado pelo setor de transformação alimentar e pelo crescimento do segmento de “snacks saudáveis”.
Embora a inflação tenha levado muitos consumidores a procurar alternativas mais acessíveis, o mercado continua a mostrar potencial de crescimento, apoiado no valor nutricional e nos benefícios para a saúde associados ao consumo de frutos secos. Para manter a competitividade, as empresas de snacks estão a apostar na eficiência produtiva e na inovação de produtos.

De acordo com o relatório, as amêndoas dominam quer a produção, quer as importações da UE. A Europa é o maior destino das exportações de amêndoas da Califórnia, absorvendo 29% do total, com Espanha como principal comprador.
Para 2025/26, prevê-se que Espanha colha 128.515 toneladas, um aumento significativo face ao ano anterior, sendo que 26% da área de produção é dedicada a amêndoas biológicas.
Portugal viu a sua área de produção duplicar na última década, tornando-se o segundo maior produtor europeu, com o Alentejo a afirmar-se como principal região produtora. Já Itália mantém-se como terceiro produtor, concentrando 97% da produção na Sicília e na Apúlia.
A análise também enfatiza que a cultura do pistácio regista o crescimento mais rápido do setor. Em Espanha, a área dedicada aumentou mais de 160% em cinco anos, transformando-se numa indústria de 1 mil milhão de euros que sustenta mais de 200 mil empregos. Em Itália, a produção mantém-se menor, concentrada na Sicília, onde os pistácios de Bronte têm Denominação de Origem Protegida (DOP).
Já a Roménia continua a liderar a produção de nozes na UE, seguida por França, Espanha e Itália. No entanto, fenómenos climáticos e pragas continuam a afetar os rendimentos, deixando a UE dependente de importações para suprir a procura.