Com mais de 108 acções de formação realizadas nos últimos dois anos, o programa Maxileite pas-sou da teoria à prática e iniciou os trabalhos de ‘check list’. O mesmo é dizer que, depois das ses-sões de esclarecimento nas principais cooperativas leiteiras do país, chegou a vez de ir às explora-ções.
Numa primeira fase, os técnicos da Schering Plough apostaram em acções formativas teóricas com o objectivo de prevenir as patologias mais comuns na produção leiteira, com destaque para as mastites. O programa passou agora para o ‘terreno’, com visitas às salas de ordenha: “Identificamos os pontos negativos e positivos da sala de ordenha, juntamente com um médico veterinário, ela-boramos um relatório e passamos essa informação ao produtor. É uma análise bastante completa da situação das explorações”, explica Tiago Teixeira, Business Unit Manager da Schering Plough.
A receptividade tem sido grande, numa fase de forte depressão de preços no sector e com a redu-ção de custos na ordem do dia. Situação que exige cada vez mais profissionalismo por parte dos produtores: “Ir alguém de fora da produção chamar a atenção a um produtor que já faz a ordenha há mais de 20 anos e dizer-lhe que está a fazer mal é por vezes difícil e complicado. Mas, felizmente, a evolução dos produtores está a torná-los cada vez mais profissionais”, adianta este responsável que acredita que este programa pode ajudar a produção a ter “retorno financeiro” com estas acções.
Sector ainda é autodidacta
A experiência do programa nos últimos dois anos leva a Schering Plough a acreditar que é preci-so investir em conhecimento técnico e científico da actividade, dado que a maioria dos produ-tores portugueses nunca teve formação e acaba por ser autodidacta, apoiando-se na informa-ção que vai recebendo: “Ao explicarmos a um produtor o nome das bactérias que causam as mami-tes, o porquê de serem tão perigosas, e como podem chegar às suas vacas, estamos, mais do que a dar-lhes conhecimento, a tentar transformar a linguagem científica numa linguagem a que o produtor está mais habituado. Estamos a falar a sua linguagem”, avança Tiago Teixeira.
Neste momento, a Shering já está a ser solicitada pelos proprietários de algumas grandes explo-rações para regressar às vacarias e relembrar alguns conceitos aos trabalhadores afectos à sala de ordenha. Um desafio que obriga a adaptar o programa e actualizar conceitos, já que nesta área os novos desenvolvimentos são constantes: “há sempre novos agentes de mamites que vão surgindo e novas técnicas que se devem aplicar”, remata Tiago Teixeira que revela algum optimismo: “o produtor de leite que for profissional e começar a agir mais como empresário agrícola do apenas produtor irá sobreviver à crise e terá um futuro melhor”.
Mastites são o pior inimigo dos produtores
As mastites são a patologia que mais afecta economicamente uma exploração leiteira, com reduções na produtividade diária da ordem dos 20%, para além da perda de qualidade do leite e consequente reclassifi-cação na tabela de preços. Há ainda que contabilizar os custos com os tratamentos dos animais e a possibilidade da morte das vacas.
As causas que levam ao aparecimento da doença passam por uma conjugação de factores, quer ambientais quer de manejo dos bovinos.
Numa indústria altamente exigente como a leiteira, onde os controlos são minuciosos e o leite pago pela qualidade, a prevenção desta doença pode fazer a diferença.
A ideia chave do Maxileite é “Maior prevenção, menos mastites, menos medicamentos, melhor produção e mais dinheiro”. Ou seja, ter alguns cuidados particulares que passam por regras de higiene e maneio que o produtor tem de adaptar, sem ter de gastar mais dinheiro com isso”.
