O Algarve é a região vitivinícola portuguesa que produz menos vinho, mas nos últimos anos têm surgido novos produtores e os que já existem têm aumentado a produção e vão continuar a fazê-lo. A qualidade tem também melhorado significativamente, como atestam os muitos prémios em concursos nacionais e mundiais. Apesar de os vinhos tintos representarem 60 a 70% da produção, a aposta é agora crescer nos brancos e rosés, para dar resposta ao turista que procura o local wine, já que cerca de 90% da produção é vendida na região.
A tradição de fazer vinho no Algarve é tão antiga como nas outras regiões do País, todavia devido, principalmente, à pressão imobiliária do turismo, mas igualmente ao envelhecimento dos produtores e dificuldades das cooperativas, que dominavam durante muitos anos, a atividade foi decaindo. Em 2006/7, a produção chegou a ultrapassar os 30 000 hectolitros, enquanto na campanha de 2014/15 foi pouco mais de 10 600 (cerca de um milhão de litros) – ver quadros –, mas a grande maioria dos produtores com quem falámos tem vindo a plantar vinhas novas ou arrendar algumas abandonadas.
Carlos Gracias, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), defende que “o principal problema da região é precisamente a falta de volume. Este facto influencia tudo porque não temos massa crítica e há consequências diretas também para os produtores: o selo de certificação é o mais caro do País e o preço médio do vinho também é o mais elevado, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV)”. Isto, adianta o responsável à ENOVITIS, “apesar de a qualidade ser cada vez mais reconhecida, e essa é a nossa grande arma”.
Também João Mendes, da Quinta do Morgado da Torre (a primeira adega no Algarve a produzir vinhos de quinta com denominação de origem controlada, em 1999), considera que “quanto ao futuro, em primeiro lugar importa não perder qualidade e procurar melhorar a cada ano. Esta melhoria passa sobretudo por ir acompanhando as necessidades do mercado/consumidores tanto locais como estrangeiros e aumentar a aposta em brancos e rosés face à sazonalidade da região (vinhos que se consomem mais no verão)”. O produtor diz ainda: “Acreditamos na marca ‘Vinhos do Algarve’, sentimos o mercado a crescer, mas necessitamos que a fileira de vinhos do Algarve aumente a sua produção e afirmação no mercado algarvio”.
Rita Andrade Soares, da Garrafeira Soares (uma das principais distribuidoras da região e que tem 15 lojas) e também responsável pela parceria com a Quinta de Mata-Mouros para o projeto Convento do Paraíso, lembra que “é tudo muito recente, porque tinha-se trocado o investimento na agricultura pelo turismo” e defende que “o terroir é tão bom como noutras partes do mundo, mas até há pouco tempo não havia vinhos bons. Agora já vai havendo, mas ainda há pouca divulgação”.
Já Ruben Pinto, enólogo residente da Adega do Cantor (projeto de Sir Cliff Richard e Nigel Birch), refere que “o facto de alguns grandes produtores nacionais estarem a descobrir o Algarve vai também, certamente, mudar as dinâmicas de produção na região”. O enólogo estava a referir-se à Casa Santos Lima, que começou a produzir vinhos algarvios em 2013 e que está a construir uma adega em Tavira, para produzir os seus vinhos Al-Ria.
Conquistar primeiro a região
Apesar de o vinho algarvio ser vendido maioritariamente na região – Carlos Gracias diz-nos que “85% do nosso vinho é vendido em Portugal e desse 90% no Algarve” – vários produtores afirmam que muitos restaurantes ainda não acreditam nos vinhos da região e preferem apostar no Alentejo e no Douro, referindo, principalmente, o fator preço.
Depois, salienta Jorge Santos, escanção da distribuidora algarvia Sovipral e membro da Câmara de Provadores do Algarve, “há que sair daqui para o resto do País. Temos de mudar a mentalidade das outras regiões e mostrar que o Algarve não é só sol” e garante que “os vinhos têm vindo a crescer em termos de qualidade”.
A região tem hoje cerca de 30 produtores, mas a grande maioria produz Vinho Regional Algarve, sendo apenas a Única – Adega Cooperativa do Algarve (DOP Lagoa e DOP Lagos), a Quinta do Morgado da Torre e a Quinta da Penina (ambas DOP Portimão) que produzem vinhos com Denominação de Origem. Além destas, o Algarve tem também a DOP Tavira.
Além dos produtores que visitámos e com quem falámos por telefone ou e-mail, destacamos também o trabalho da Quinta do Barranco Longo, da Quinta da Penina, da Quinta do Francês e da Paxá Wines, entre outros.
O presidente da CVA considera que os principais desafios da região são “continuar a incentivar a melhoria da qualidade e aumentar a produção de brancos e rosés, bem como do vinho licoroso” e acrescenta: “temos condições excecionais para a produção de licoroso, com base, principalmente, no moscatel”.
Carlos Gracias salienta também o esforço de promoção da região que a Comissão e os produtores têm vindo a fazer, destacando a presença em diversos eventos e feiras nacionais e estrangeiras (Encontro com o Vinho e Sabores, BTL, Melhor de Portugal em Bruxelas, Vinipax, entre outras).
Em Lagoa, município onde se concentram a maioria dos produtores, este ano é dedicado ao Vinho e à Vinha e para culminar a Fatacil, que se realiza todos os anos em agosto, vai também destacar o vinho.
CVA alarga atividade
Para apoiar os produtores, “a CVA está a estudar a possibilidade de reativação do laboratório de análises físico-químicas de apoio à vindima e enologia da região”, anuncia Carlos Gracias, porque muitas destas análises têm de ser feitas fora da região.
A Comissão está também a preparar um grande evento regional de promoção dos Vinhos do Algarve, que se realizará anualmente, e que este ano ainda terá lugar à margem da Fatacil, com a Gala de entrega dos prémios do Concurso de Vinhos do Algarve, onde irão estar presentes produtores, distribuidores e clientes.
A CVA está também a trabalhar para certificar a Indicação Geográfica “Medronho do Algarve”, cujos produtores se situam principalmente nas serras de Monchique e do Caldeirão e em Silves. “Estamos a fazer um protocolo com a Universidade do Algarve, com a equipa liderada pela Prof.ª Ludovina Galego, que tem acompanhado a produção no sentido de melhorar a qualidade e baixar o grau alcoólico”, explica-nos o responsável, adiantando que “eles ficarão com a parte analítica, mas como o laboratório ainda não está certificado, estamos a tratar de tudo com o IVDP e a ASAE”. A câmara de provadores também será a da Universidade e “devemos começar por certificar cerca de 50 mil litros de aguardente de medronho, mas estimamos que possa vir a chegar aos 250 mil litros pois temos cerca de 15 novos projetos de jovens agricultores que querem produzir aguardente com o fruto fresco e vender as ramagens, como subproduto, para elaboração de coroas de flores”.
Poucos problemas na vinha
O solo da região é maioritariamente argilo-calcário, mas também há algumas zonas de solo arenoso. A principal característica é serem solos delgados e que, por vezes, precisam de adubação, como nos explicou o enólogo residente da Adega do Cantor, que aconteceu na Quinta do Moinho (Cliff Richard). Ruben Pinto também nos disse que “em termos de problemas na vinha, temos tido também algum oídio no Aragonês”. Questão corroborada por Mário Santos, da Quinta da Tôr, “uma vez que o Aragonês é uma casta muito sensível”.
O clima da região permite muitas horas de sol, mas a proximidade do mar e alguma humidade noturna fazem com que as necessidades de rega não sejam muito elevadas.
As principais operações culturais que todos os produtores referiram resumem-se a poda, desfolha e monda de cachos, privilegiando assim a melhoria da qualidade da uva, em detrimento da quantidade.
Apesar de alguns produtores ainda terem castas regionais (Negra Mole, Crato Branco, Síria, Perrum, entre outras), a maioria aposta já em castas nacionais e internacionais, para afinarem o perfil dos vinhos com as preferências do consumidor. Daí também o aumento da produção de brancos e rosés que, muitas vezes, não chegam à época alta.
Em geral, os vinhos da região são macios, pouco acídulos e ligeiramente alcoólicos e os provenientes da DOP Lagoa têm boa longevidade (tintos) e grande capacidade de evolução (brancos).
A maioria das quintas alia a vinha a outras culturas tradicionais na região, como os citrinos, os figos, amêndoas, alfarrobas e outros frutos (ameixas, pêssegos, etc.).
A importância do turismo na região, principalmente estrangeiro, também levou vários produtores a apostarem fortemente no enoturismo, seja através de lojas e salas de provas, mas também alojamento e espaços para eventos.
Expoente desta aposta é a Quinta dos Vales, do empresário alemão Karl Heinz Stock, que alia os vinhos à arte, aos alojamentos e salas para eventos diversos. Mas no próximo ano, também a Quinta da Tôr irá oferecer enoturismo diverso, numa versão mais serrana do Algarve.
Para promover a região e os vinhos algarvios foi também lançado, em março do ano passado, o Passaporte da Rota dos Vinhos do Algarve, promovido pela Comissão Vitivinícola e com o apoio da Turismo do Algarve.
Um guia que conta com 28 produtores e 170 referências de vinhos em toda a região e que inclui não só as ofertas enoturísticas, mas também outras opções para quem visita o território, como restaurantes, museus e outros pontos de interesse turístico.
Adega do Cantor
A Adega do Cantor, na Guia, é um projeto de Sir Cliff Richard e Nigel Birch, que reside no Algarve há mais de 30 anos. Inaugurada em 2001, vinifica os vinhos dos dois sócios: Quinta do Moinho e Quinta do Miradouro (onde se situa a adega) e da Quinta Vale do Sobreiro (propriedade de Max Birch, filho de Nigel).
- As quintas têm uma área de 26ha de vinha, em Smart-Dyson (sistema de latada inovador do viticultor Richard Smart), com rega gota a gota, que utilizam entre final de junho e meados de agosto;
- Castas: Syrah, Alicante Bouschet e Aragonês (Tintas – 70%); Alvarinho, Arinto, Verdelho e Viognier (Brancas – 30%).
- Os solos são argilo-calcários (Quinta do Miradouro) e arenosos (Quinta do Sobreiro), e na Quinta do Moinho existem ambos, mas são ainda mais delgados, por isso usam apenas destroçador no enrelvamento que semearam para melhorar o solo (nas outras o enrelvamento é natural).
- Produção: 120 mil quilos de uva (cerca de 100000 garrafas) em 2014.
- Enólogos: Ruben Pinto (residente) e David Baverstock (consultor);
- Marcas: Vida Nova (Tinto, Branco, Rosé e Reserva Tinto), Onda Nova (Syrah, Alicante Bouschet, Viognier e Verdelho) e Congratulations (Espumante Branco – setembro 2015); Em 2013 fizeram vinho Branco N & S (Norte e Sul) com produtor do Douro, Quinta da Casa Amarela.
- As vendas têm lugar principalmente no Algarve (30%) – mas querem estender a Lisboa e ao resto do País – e na exportação (70%), principalmente para a cadeia Super Best na Dinamarca (cerca de 60000 garrafas).
- Enoturismo: tem lojas e fazem provas na sala de barricas, recebendo cerca de 15 000 visitantes por ano.
Cabrita – Quinta da Vinha
As vinhas da Quinta da Vinha foram plantadas por José André, comerciante de fruta em 1977. Três anos depois, José Manuel Cabrita agarrou o negócio caseiro de vinho do pai. Contratou a consultoria da Wine ID, que ainda mantém, principalmente para a enologia. Aumentou a área de vinha, replantou as vinhas com novas castas e em 2007 nasce o primeiro vinho Cabrita.
A adega presta serviço a vários outros produtores da região (Quinta da Malaca, Quinta João Clara, Quinta do Barradas e Concepts by Edd’s II), que também partilham a consultoria da Wine ID na área da enologia (Joana Maçanita).
- A quinta tem 6,6ha de vinhas, com rega gota a gota (embora seja pouco usada) + 4 ha arrendadas (sequeiro).
- Castas: Touriga Nacional, Aragonês e Trincadeira (tintas); Arinto e Verdelho (brancas).
- A vindima é manual para caixas de 20
- Produção: 45000 garrafas em 2014.
- Marcas: Cabrita (Tinto, Branco e Rosé), Cabrita Reserva (Tinto e Branco).
- Estão a terminar obras na adega para aumentar capacidade de fermentação para 110000 litros (anterior era 70 000) e de armazenagem para 195 000 litros (versus 175 000).
- Por agora, em Portugal vende os vinhos só no Algarve, mas está de pequenos distribuidores para a região de Lisboa.
- A exportação representa cerca de 10% das vendas e os vinhos Cabrita seguem para Alemanha, Suíça e Bélgica.
- Enoturismo: Loja e Sala de Provas (com vista para a nova Sala de Barricas, no piso inferior, e para a vinha no exterior) por cima da nova adega.
Convento do Paraíso
A Quinta de Mata-Mouros, em Silves, sempre foi produtora de frutos. Em 2000 decidiu plantar vinhas, principalmente para fazer vinho para consumo próprio.
Mas em 2012 a família Pereira Coutinho, proprietária da quinta, faz um acordo com a família Soares (da Herdade da Malhadinha Nova e da Garrafeira Soares) para a exploração da vitivinicultura e tem início o projeto de vinhos: Convento do Paraíso.
- A quinta tem 12ha de vinhas na margem esquerda do rio Arade, com rega gota a gota (todos os dias no verão), mas a terra tem muita capacidade de retenção da água.
- Castas: Touriga Nacional, Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Sousão (tintas); Arinto e Alvarinho (brancas).
- Os solos são argilo-calcários delgados e recentes, por isso não fazem mobilização, usando apenas o destroçador para a erva no meio das linhas.
- Enólogo: Renato Neves.
- Produção: 60 mil garrafas em 2014.
- Marcas: Imprevisto (Tinto e BiB), Euphoria (Tinto, Branco e Rosé) e Convento do Paraíso (Tinto).
- A promoção e venda dos vinhos estão a cargo da Garrafeira Soares, que distribui diretamente no Algarve e tem distribuidores em todo o País.
- Exporta para Reino Unido, Luxemburgo, Holanda e França.
- Enoturismo: loja e sala de provas abrem em agosto.
Monte da Casteleja
O viticultor e enólogo Guillaume Leroux, filho de pai francês e mãe algarvia, herdou do avô materno esta quinta, perto de Lagos, onde recriou o conceito de “vinho do produtor” e hoje produz vinhos biológicos.
- O terroir é argilo-calcário e tem 4ha de vinha
- Castas: Alfrocheiro e Bastardo (tintas); Arinto e Perrum (brancas).
- Usa palha para manter a humidade nas vinhas e rega (gota a gota), normalmente duas vezes por mês (mais frequentemente no verão).
- Usa rede para proteger os cachos dos pássaros.
- Faz vindima manual e pisa a pé.
- Produção: 18000 garrafas em 2014.
- Marcas: Monte da Casteleja – Clássico (Tinto, Branco e Rosé).
- Colaboradores: 3 pessoas, mas recebem todos os anos voluntários através de ‘WWOOFing’ (World Wide Opportunities on Organic Farms).
- Vende principalmente no Algarve, também para Pingo Doce e Intermarché, e para lojas de produtos biológicos e boutique shops em todo o País;
- Começou a exportar o Tinto para Nova Iorque.
- Enoturismo: Loja e sala de provas e tem alojamento (3 quartos e 1 suite com kitchenette).
Quinta da Malaca
Luís Cabrita herdou a Quinta da Malaca do avô, que já estava ligado à viticultura, de forma mais tradicional, e devido à boa conservação das vinhas decidiu manter tudo, registar a marca e seguir para o mercado. A primeira colheita foi em 2010 e desde aí tem vindo sempre a aumentar a produção, com o aluguer de novas vinhas.
- Neste momento explora 11ha e plantou mais 4 ha este ano.
- Castas: tradicionais algarvias, pois são vinhas velhas (com mais de 40 anos) – Castelão e Crato Branco, a que se juntou mais recentemente o Sauvignon Blanc.
- A quinta lançou este ano o primeiro Sauvignon Blanc do Algarve.
- Solo arenoso e argilo-calcário e devido à proximidade do mar e o bom arejamento das vinhas controla bem os problemas.
- Nas vinhas velhas Luís Cabrita tem apenas a preocupação de deixar os cachos expostos e ajustar a densidade das folhas, não fazendo grandes operações visto serem de baixa produção por hectare, e também de condução livre (não estão armadas).
- Os vinhos são vinificados na adega de José Manuel Cabrita (Cabrita – Quinta da Vinha).
- Enologia: Wine ID (Joana Maçanita).
- Produção: rondou as 60000 garrafas em 2014.
- Marcas: Malaca (Tinto – Castelão, Branco, Rosé, Sauvignon-Blanc e Reserva Branco – Sauvignon-Blanc e Tinto – Aragonês).
- Vende os vinhos em restaurantes e algumas lojas Gourmet (99% no Algarve), mas já tem alguns clientes em Lisboa, Porto e Ilhas.
- A distribuição é própria.
- Ainda não exporta.
Quinta da Tôr
A quinta, de 47 hectares, localizada no concelho de Loulé, esteve cerca de 500 anos na mesma família e foi comprada em 2011 por Mário Santos (empresário).
- Tem 12ha de vinha (10 ha de castas Tintas e 2 ha de Brancas) onde faz poda, desfolha e monda de cachos, privilegiando a qualidade.
- O solo é de aluvião (parte da serra e parte do barrocal), mas também xistoso em alguns talhões.
- Tem rega gota a gota e apesar de ser zona de muito calor, algumas castas ainda não tinham sido regadas (1.ª semana de julho) porque os terrenos são profundos e as plantas vão buscar água ao lençol freático.
- Castas: Syrah, Touriga Nacional, Aragonês e Cabernet Sauvignon (tintas); Crato Branco (Síria) e Arinto (brancas).
- Enologia: Vinivista (Joachim Roque e Pedro Mendes).
- Produção: 80000 garrafas em 2014.
- Marcas: Quinta da Tôr (Tinto, Rosé, Reserva Tinto, monocastas Syrah, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Aragonês; e BiB, vai lançar Branco).
- Vende só no Algarve através de distribuidor (para HoReCa, garrafeiras e supermercados) e na região de Lisboa para alguns restaurantes (principalmente o monocasta Syrah).
- Enoturismo: está a terminar obras para vários alojamentos (12 quartos de Casa de Campo + 3 moradias) e já tem pronto restaurante para eventos e provas, com loja.
Quinta do Barradas
Dono do conhecido restaurante O Barradas (concelho de Silves), onde trabalha com a mulher, Luís Pequeno sempre teve paixão pelo vinho, decidindo por isso plantar 1,5 hectares de vinha, em 2006, na sua quinta junto ao restaurante. Quatro anos depois saía o primeiro vinho da quinta, produzido na adega dos vinhos Cabrita.
- Castas: Tintas – Touriga Nacional (60%), Syrah (25%) e Aragonês (15%); As uvas Brancas compra a José Manuel Cabrita (Cabrita – Quinta da Vinha).
- Ricardo Borges está encarregue da consultoria de viticultura
- Enologia: Wine ID.
- Produção: 12000 garrafas em 2014.
- Vende os vinhos essencialmente no Algarve, mas também exporta para Holanda, Bélgica e Alemanha (a partir de setembro).
- Enoturismo: Loja e sala de provas junto ao restaurante.
Quinta do Morgado da Torre
É uma das mais antigas propriedades agrícolas do concelho de Portimão, desde 1865 na família Mendes, que tem hoje um total de 162 hectares. A quinta dedica-se não só à produção de vinho, mas também à cultura de citrinos, cereais de sequeiro e montado de sobro.
Em 1999 foi criada a adega do Morgado da Torre, que foi a primeira adega no Algarve a produzir vinhos de quinta com denominação de origem controlada.
- A área de vinha é de cerca de 16
- Castas: Arinto, Síria, Verdelho, Sauvignon Blanc, Antão Vaz, Viosinho e Moscatel (brancas); Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Syrah, Merlot, Cabernet Sauvignon, Sousão e Moscatel Roxo (tintas).
- Os solos são argilo-calcários e o clima mediterrânico com longos períodos de exposição solar e grandes amplitudes térmicas.
- Enológo: Jorge Páscoa.
- Sendo a região essencialmente turística, procuram-se vinhos brancos e rosés frescos e aromáticos e tintos frutados, redondos e que se encaixem bem na gastronomia algarvia;
- Marcas: IGP Algarve – Alvor (Branco Singular, Rosé Selection, Tinto Colheita Selecionada e Tinto Reserva), Tapada da Torre (Reserva Branco, Reserva Tinto, Licoroso Reserva Branco e Licoroso Reserva Tinto), Alcalar (Premium Tinto), Foral de Albufeira (Colheita Selecionada Tinto e Reserva Tinto), QMT e Arade (vinho de mesa).
- Vende os vinhos principalmente para restauração, garrafeiras e superfícies comerciais no Algarve (cerca de 90%) e exporta para a Suíça, Bélgica e Alemanha.
Quinta dos Vales
Em 2007, o empresário alemão Karl Heinz Stock comprou a quinta e no ano seguinte começou a produzir vinhos com marca Marquês dos Vales, aliando o vinho à sua paixão pela arte.
- 20ha de vinha na quinta + 6 ha explorados em Lagoa e Silves.
- Produção: cerca de 97 mil litros (130000 garrafas) em 2014.
- Castas: Castelão, Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Syrah, Petit Verdot e Touriga Franca (tintas – 70%); Arinto, Síria, Malvasia Fina, Alvarinho, Verdelho, Antão Vaz e Viognier (brancas – 30%).
- Vinha regada em sistema de gota a gota em solo argilo-calcário.
- Enólogos: Marta Rosa (residente), Paulo Laureano e Dorina Lindemann (consultores);
- Colaboradores: 13 permanentes.
- Marcas: Marquês dos Vales – Selecta (Tinto, Branco, Rosé, Reserva Tinto e Reserva Branco), Primeira Seleção (Tinto, Branco e Rosé), Duo (Tinto, Branco e Rosé), Grace Vineyard (Tinto e Branco), Grace Monovarietais (Tinto e Branco), Elegant Grace (Tinto), Dialog (Tinto) e Frisante (Branco e Rosé).
- Vinhos Tintos – 50%; Brancos – 35% e Rosés – 15%.
- Vende os vinhos principalmente na região (cerca de 50%), mas também está presente na distribuição moderna e HoReCa no resto do País.
- Exporta para vários países europeus (25-30%) como Alemanha, Bélgica e Suíça, bem como China, Taiwan e Canadá, entre outros.
- Tem alojamento (quatro apartamentos e três moradias) e duas salas para eventos (casamentos, festas, etc.).
- Enoturismo: recebe cerca de 6000 visitantes por ano.
Única – Adega Cooperativa do Algarve
A Única resultou da fusão, em 2009, das Cooperativas de Lagoa (fundada em 1945) e Lagos, sendo hoje a terceira Cooperativa mais antiga do País.
- É o maior produtor da região, com cerca de 230 mil litros (300 mil garrafas) produzidos em 2014 – cerca de 30000 litros Branco.
- Tem 40 associados (cerca de 200ha).
- Castas: Crato Preto, Negra Mole e Castelão (tintas); Crato Branco (Síria), Roupeiro e Moscatel (brancas).
- Enólogo: João do Ó Marques.
- Colaboradores: 9 permanentes.
- Marcas: Afonso III (Vinhos de Mesa); Lagoa Estagiado (Tinto e Branco); Lagoa Reserva (Tinto e Branco); Porches (Tinto, Branco, Rosé e Primeur – Tinto novo); Conde de Lippe (Tinto e Aguardente); Algardoce, Algarmoscatel e Algarseco (Licorosos).
- Vende os vinhos principalmente no Algarve, mas também no resto do País (Continente e Jumbo e através de distribuidores).
- Não exporta.
- Enoturismo: loja e sala de provas, visitas à adega e às exposições de arte resultantes da parceria com a galeria Arte Algarve.
Artigo publicado na edição de julho/agosto/setembro de 2015 da revista ENOVITIS