O Parlamento Europeu acolheu na passada quinta-feira, dia 7 de julho, um debate sobre as vagas de calor e secas recentes na Europa. Os eurodeputados Álvaro Amaro (PSD), Sandra Pereira (PCP) e Sara Cerdas (PS) apelaram a um maior apoio por parte da Comissão Europeia.
O eurodeputado Álvaro Amaro, na sua intervenção, considerou ser necessário definir uma estratégia europeia para o armazenamento das águas superficiais. “É necessária uma estratégia com financiamento específico, fora da Política Agrícola Comum, para reforçar a capacidade dos Estados-membros de combate contra as alterações climáticas”, apontou ainda.
Dessa maneira, o eurodeputado apelou à Comissão que considere a conclusão e modernização dos regadios existentes e a promoção de novas infraestruturas, tais como barragens e ligações entre albufeiras.
Por sua vez, Sandra Pereira considera que as medidas de mitigação “não bastam”. “São necessárias medidas de prevenção que contemplem meios para o reforço da capacidade de armazenamento de água, a adaptação nas atividades produtivas, associado à definição de critérios de uso da água, que garantam o abastecimento público para consumo humano, a saúde pública, a preservação de rendimentos, a salvaguarda dos meios de produção e a segurança e manutenção das reservas de água”, defende.
Nesse sentido, acha necessário reforçar e mobilizar meios financeiros para a construção/reconstrução de reservas, designadamente de regadios.
Finalmente, Sara Cerdas defende uma maior aposta em “medidas de mitigação do risco de seca e vagas de calor”. A eurodeputada exorta a que a Comissão Europeia e os Estados-Membros recorram a “estratégias de monitorização e de prevenção, com o apoio de entidades como o Observatório Europeu da Seca”. Aliado a isso, devem ser feitos “planos de avaliação dos territórios, que deve identificar grupos mais vulneráveis a estes fenómenos climáticos extremos e incluir medidas de adaptação”.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, 66% do território está em seca extrema e 33% em seca severa.