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Hortofrutícolas

Exportações de pequenos frutos cresceram 2,1% em valor

Lusomorango preocupada com desenvolvimento do Perímetro de Rega do Mira

As exportações de pequenos frutos cresceram 2,1% em valor, entre janeiro e agosto de 2020, atingindo 178,7 milhões de euros – acima dos 175 milhões registados no mesmo período do ano passado. Em termos de quantidade, este crescimento foi menor (+0,6%), chegando às 29,7 mil toneladas, o que significa que o setor foi capaz de valorizar a sua produção. Os números são revelados pelo Instituto Nacional de Estatística.

A nível nacional, a categoria de mirtilos foi o principal motor do crescimento das exportações de pequenos frutos, observando um crescimento de 39,5% em valor (28,9 milhões de euros, no total) durante os primeiros oito meses de 2020. A amora também teve um contributo muito positivo, registando vendas ao exterior na ordem de 11,3 milhões de euros (+10,2% do que no mesmo período de 2019). A framboesa mantém-se na primeira posição das exportações desta fileira, alcançando vendas de 127,5 milhões de euros entre janeiro e agosto deste ano, ainda assim um valor 1,9% abaixo do registado no período homólogo. O morango foi a categoria mais penalizada, observando uma quebra de 22,2% no valor das vendas ao exterior (que caiu de 13,4 milhões de euros para 10,4 milhões no mesmo período).

 

Em comunicado, a Lusomorango – a maior Organização de Produtores (OP) da fileira das frutas e legumes – revela que, “apesar das grandes dificuldades que sentimos e que continuamos a sentir ao longo deste período marcado pelo contexto de pandemia”, foi possível “dar uma resposta competitiva à procura dos mercados externos”.

Dedicada à produção e comercialização de pequenos frutos, a Lusomorango exporta mais de 95% da sua produção, tendo registado, no ano passado, um volume de negócios acima dos 65 milhões de euros.

 

Luís Pinheiro, presidente do conselho de administração da Lusomorango, admite que, “não sendo imune às atuais circunstâncias impostas pela pandemia que, numa primeira fase, impôs sérias e graves restrições às transações comerciais, os 42 associados desta OP conseguiram fazer frente aos constrangimentos e manter a rota do crescimento”.

O responsável não esquece o “papel fundamental” da entrada em vigor da portaria que, no passado mês de abril, em pleno confinamento dos principais mercados mundiais e europeus, estendeu ao setor dos pequenos frutos o mecanismo europeu de retirada de produto do mercado, por forma a fazer face às dificuldades de escoamento de produção e de quebra generalizada nas vendas e nos preços que, então, se verificaram.

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“Este instrumento europeu foi de extrema importância para assegurar a sobrevivência do setor dos pequenos frutos. Sendo certo que a compensação financeira aos produtores não cobriu os custos de produção, permitiu manter o emprego e a capacidade produtiva, o que foi essencial para assegurar que, terminado o shutdown dos principais mercados de destino dos nossos frutos, conseguíssemos responder à procura”, refere.

Apesar de o mês de agosto ter sido “muito interessante para as exportações de pequenos frutos, com um crescimento na ordem dos 20%, a verdade é que o mês anterior, já de maior normalidade em termos de maior atividade económica, mostrou um comportamento muito negativo, tendo as exportações caído quase 7%. Isto significa que o setor tem de estar atento e pronto para a possibilidade de um novo revés nas exportações”, alerta Luís Pinheiro.

 

A Lusomorango é a única empresa nacional do setor primário a marcar presença na edição deste ano da Fruit Attraction Madrid, uma das maiores feiras internacionais de frescos da Europa. Devido à pandemia de covid-19, o evento dedicado às frutas e legumes, que costuma decorrer na feira internacional de Madrid (IFEMA), acontece, pela primeira vez, em formato digital.

Para Luís Pinheiro, “a presença digital neste evento […] é fundamental para assegurar a normalidade da atividade e, sobretudo, mostrar que esta fileira enfrentou as dificuldades de cabeça erguida e que, com muito esforço e dedicação dos seus produtores e força de trabalho, conseguiu superar as dificuldades impostas pela covid-19.”

Atendendo à atual situação global, “o setor tem de encontrar fórmulas alternativas para escoar a produção e pretende crescer em volume e em valor, ou seja, exportar mais quantidades a melhor preço. Essa é a razão pela qual apostámos em estarmos presente neste formato digital, naquela que é uma das feiras internacionais mais importantes”, conclui.