O Parlamento Europeu aprovou na sua maioria (558 a favor, 37 contra e 85 abstenções) a eliminação progressiva do uso de gaiolas na pecuária. Os eurodeputados pediram à Comissão a realização de um estudo de avaliação e um período de transição para uma possível implementação das alterações em 2027, avança a Euronews.
A votação surge após a campanha de cidadania europeia “End the Cage Age.”, lançada em 2018, que reuniu cerca de 1,4 milhões de assinaturas em pelo menos 18 Estados-membros da União Europeia.
Produtores pecuários
A COPA-COGECA, a organização que representa os produtores pecuários, já afirmou querer colaborar com as instituições europeias. No entanto, faltam respostas para perguntas como a duração do período de transição ou o montante de ajuda financeira.
A organização lamenta ainda a abordagem demasiado abrangente, sem ter em conta as especificidades de cada produção e região: “O que acontece no sul da Europa provavelmente já não é o mesmo do que se passar no norte da Europa. Na minha Finlândia natal temos temperaturas até 30 graus negativos. É óbvio para todos nós que os animais têm de estar enclausurados para os protegermos dos elementos naturais. Estas adaptações, condições setoriais e específicas de produção, estão completamente ausentes da iniciativa”, explicou, à Euronews, o secretário-geral da COPA-COGECA, Pekka Pesonen.
A organização acrescenta que o desaparecimento das gaiolas poderá provocar um aumento nos custos de produção e uma perda colateral de competitividade para os produtores europeus.
Defensores do bem-estar animal
Já os defensores do bem-estar animal sublinham que a iniciativa se insere no quadro da estratégia do “Prado ao Prato”.
“Com a criação em gaiolas e afastando-nos da criação em gaiolas esperamos caminhar para uma agricultura animal mais sustentável. E por último, não menos importante, estamos completamente certos de que o afastamento deste tipo de criação está alinhado com a estratégia do ‘Prado ao Prato’ que esta Comissão apoia”, afirmou a membro da organização “Compassion in World Farming”, Olga Kikou.