O Fórum Smart Farm, evento sobre agricultura digital promovido pela Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA), destacou o papel da inovação e ciência na garantia de alimentos seguros e em quantidade suficiente, bem como do impacto da formação, educação e sensibilização de profissionais na transição definitiva para uma agricultura 4.0. O evento concluiu que modernizar é sinónimo de educar, formar e sensibilizar.
Em comunicado, a ANIPLA informa que, este ano, o evento teve como tema “Alimentos Seguros, Agricultura e Tecnologia” e rumou à Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
O enquadramento, a cargo o vice-Presidente da ANIPLA, Luís Antunes, focou-se nos desafios de uma alimentação segura. O responsável propôs olhar para a importância vital que a agricultura assume desde os tempos mais ancestrais, reforçando a importância de a protegermos, todos juntos, com cada vez mais força, fazendo face aos desafios e pressões externas crescentes.
Já a secretária executiva do Smart Farm Colab, Cátia Pinto, na sua intervenção, destacou que a democratização e literacia digital facilitam o dia-a-dia na terra, e por isso há um trabalho fundamental a fazer no suporte técnico, formação, educação e sensibilização do produtor.
“Tem de existir transferência do conhecimento e tecnologia. Se não soubermos como funcionam as principais e mais inovadoras ferramentas tecnológicas, elas não nos servem de nada”, concluiu.
Por sua vez, o responsável pela área de desenvolvimento e investigação da Symington, Fernando Alves, destacou a importância das novas tecnologias no apoio a uma viticultura sustentável. Na sua intervenção, o responsável afirmou que um dos passos mais importantes para a transição passa por “digitalizar a informação recolhida no campo, fazendo com que esta sirva de suporte às decisões”.
Em concordância com os restantes oradores e abordagens ligadas à tecnologia, seguiu-se a subdiretora geral da DGAV, Ana Paula Garcia. “É um desafio cada vez maior falar, sobretudo, de disponibilidade; em termos de segurança podemos dizer que atualmente nunca tivemos produtos com tanta riqueza e diversidade, com um grau de segurança como o que temos agora, mas quando falamos de disponibilidade é uma grande incógnita – não apenas pelas contingências de guerra vividas atualmente na Europa, mas também face às medidas e propostas a que estamos sujeitos vindas da União Europeia”.
Biodiversidade, estratégias para o solo, controlo biológico, melhoramento de plantas e novas técnicas de melhoramento, formação, aconselhamento e avisos agrícolas, bem como inovação, investigação e aposta numa agricultura de precisão, cada vez mais digitalizada, fazem parte de um investimento necessário, rumo à disponibilidade, apontou.
No encerramento deste encontro, a presidente da ANIPLA, Ana Paula Garcia, lembrou que “a inovação e tecnologia no sector agrícola podem contribuir para a mudança necessária e para os muitos desafios que aí veem e, ao mesmo tempo, contribuir positivamente para a Estratégia do Pacto Ecológico”.
No entanto, alerta que “para isso tem de haver um ambiente regulamentar mais favorável, apoio direto aos agricultores e incentivos para garantir que tecnologias mais modernas e disruptivas sejam desenvolvidas e implementadas num curto espaço de tempo, de fácil acesso para os agricultores”.