A plantação de amendoais e olivais modernos continua a um ritmo acelerado no concelho de Idanha-a-Nova, e, dentro de dois anos, a taxa de utilização poderá atingir 85% neste perímetro de rega do distrito de Castelo Branco, revelou Paulo Tomé, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha-a-Nova (ARBI), em entrevista ao FENAREG CAST, o podcast da Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG).
De acordo com o comunicado de imprensa, a Estratégia “Água que Une” contempla um investimento de 95 milhões de euros para a modernização do perímetro de rega de Idanha-a-Nova, criado em 1949, e que atualmente apresenta perdas de água de até 40% ao longo de 300 km de canais a céu aberto.
A ARBI assegurou que os projetos de execução estão prontos e aguarda o financiamento público para dar início às obras de modernização.
“Faltam mais barragens ou outras estruturas que nos permitam armazenar mais água, porque ela existe. Todos os anos, na época de inverno, a associação de regantes manda pelo rio abaixo a mesma água que gasta numa campanha de rega inteira”, afirmou Duarte Correia, CEO Duck River Agriculture.

A ARBI estima que poderá aumentar em 10% a 15% a capacidade de armazenamento de água, por meio do alteamento dos descarregadores de superfície da Barragem Marechal Carmona. Esta intervenção, orçamentada em 4 milhões de euros, integra a Estratégia “Água que Une”, explica a nota de imprensa.
“A forma de fixar populações no Interior e criar valor nos territórios rurais tem de ser através da água”, afirmou o CEO Duck River Agriculture, que plantou 1600 hectares de amendoal em Idanha-a-Nova e que prevê plantar mais 500 hectares de amendoal até 2027.
Duarte Correia defendeu ainda que a EDIA deveria ser a entidade responsável pela execução da Estratégia “Água que Une”, “tornando-se uma empresa de âmbito nacional para atuar como responsável pela gestão de todas as empreitadas que precisarão ser administradas nos próximos anos”.