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Sustentabilidade

Projeto vai desenvolver biopesticidas sustentáveis provenientes de extratos de canábis

Projeto vai desenvolver biopesticidas sustentáveis provenientes de extratos de canábis iStock

O InnovPlantProtect (InPP) de Elvas, no distrito de Portalegre, anunciou o lançamento do projeto “ValorCannBio – Valorização de subprodutos da canábis medicinal como biopesticida para o olival”, que pretende desenvolver biopesticidas sustentáveis provenientes de extratos de canábis para controlar as principais doenças do olival.

A iniciativa, um dos vencedores da 6.ª edição do Programa Promove da Fundação “La Caixa”, em colaboração com o BPI e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), na categoria de projetos-piloto inovadores, vai receber um financiamento de 150 mil euros.

 

De acordo com o comunicado de imprensa, o ValorCannBio é liderado pelo InnovPlantProtect (InPP), em parceria com o Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV) da NOVA FCT e as empresas GreenBePharma (GBP) – produção de canábis medicinal, e AGR Global – cultivo e produção de olival.

Segundo a comunicação, a ação pretende controlar duas das mais importantes doenças do olival, uma cultura de extrema importância económica e social em Portugal: a Gafa e a Tuberculose.

 

Para isso, a equipa de investigadores vai desenvolver um biopesticida a partir de folhas da planta de canábis, consideradas excedentes do processo de produção de canábis medicinal em Portugal, que legalmente têm de ser destruídas. De acordo com a nota de imprensa, este processo vai permitir “atender às necessidades dos olivicultores, mas também abrir uma nova cadeia de valor associada à utilização de um subproduto da indústria da produção desta planta com fins medicinais”.

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“As soluções existentes no mercado para combater a Gafa e a Tuberculose não são eficazes e recaem em grupos dos pesticidas de síntese química, com impactos negativos no meio ambiente, e que estão a ser descontinuados, pelo que é premente encontrar alternativas”, explicou Ana Rita Duarte, investigadora do LAQV da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa | NOVA FCT.

 

E continua: “por outro lado, as empresas de canábis podem vir a escoar os excedentes da biomassa para uma futura indústria produtora de biopesticidas, evitando os altos custos de destruição e apostando numa economia circular. Este projeto visa a integração dos conceitos de agricultura sustentável, aliados à química verde, para obtenção de produtos mais amigos do ambiente”.

Já para Cristina Azevedo, diretora do departamento de Novos Biopesticidas do laboratório colaborativo InnovPlantProtect (InPP), sediado em Elvas, “ao desenvolver biopesticidas de base biológica de subprodutos provenientes de uma indústria em franca expansão a nível nacional, e nomeadamente no Alentejo, o ValorCannBio contribuirá para as metas estabelecidas pela Comissão Europeia na Estratégia do Prado ao Prato e da Biodiversidade, da redução de 50 por cento do uso de pesticidas de síntese química até 2050”.

 

A diretora de departamento do InPP assegurou ainda que “todos os impactos do ValorCannBio serão inicialmente sentidos no concelho de Elvas onde o projeto se vai desenvolver. No entanto, é expectável que estes se alarguem a toda a região de produção do olival, de Trás-os-Montes ao Algarve, onde as quebras de produção devido à Gafa e à Tuberculose estão em crescendo”.