Cerca de 140 pessoas estiveram na passada semana reunidos no seminário ‘A Reforma da Floresta: Necessidades e Oportunidades’, uma organização da UNAC que teve o objetivo de debater as propostas legislativas que constam da Reforma da Floresta do Governo. A opinião geral dos agentes do setor foi que, apesar de o documento contar com algumas propostas positivas, estas “ficam muito longe de constituir uma resposta integrada para as necessidades do setor florestal.”
António Gonçalves Ferreira, Presidente da UNAC, manifestou-se “contra a proibição de arborização com eucalipto, que não vai resolver nenhum problema da floresta”, e alertou para a necessidade de serem “criados incentivos de natureza fiscal que estimulem o investimento e minimizem o longo período de retorno do investimento florestal”.
Já Domingos Patacho, da QUERCUS, referiu que “a falta de fiscalização florestal é gritante”, aludindo aos problemas associados às arborizações com eucalipto. Referiu ainda que “a aposta deveria incidir no ordenamento florestal e em políticas públicas que estimulem as ZIF e o investimento”.
Da Ordem dos Engenheiros, Luis Rochartre, defendeu que os governos têm preferido tentar resolver problemas pontuais em vez de uma abordagem sistémica, sintetizando numa frase estas opções em matéria de defesa da floresta contra incêndios: “planear na confusão, gerir na esperança”.
Tiago Oliveira, da empresa The Navigator Company (antiga Portucel/Soporcel), acrescentou que a elevada recorrência dos incêndios florestais desincentiva os investidores tendo ainda defendido a “criação de uma estrutura dedicada à defesa da floresta, integrando a prevenção e apoiando o combate, dotada de um orçamento global e autónomo”.
No final do seminário, a UNAC apresentou um conjunto de propostas complementares para a reforma da floresta, nomeadamente medidas como a “coordenação entre prevenção estrutural e a preparação para combate aos incêndios florestais”; “implementação do sistema de Seguros Florestais, assegurando mais investimento em plantações com menor risco”; e “apoio da investigação, especialmente a das espécies autóctones como o Sobreiro e o Pinheiro Manso, e os centros de excelência do conhecimento que estão em Portugal.”