Liderada por dois jovens investigadores da Universidade de Coimbra, a investigação é financiada pela Fundação Vox Populi e pela Câmara de Almeida, no valor de 16 mil euros (8 mil euros cada) no âmbito da 5ª edição do Prémio Ribacôa, e consiste em estabelecer as condições para a multiplicação eficaz desta espécie com vista à sua comercialização durante todo o ano.
As merujes nascem livremente em nascentes ou ribeiras onde há água corrente e são uma fonte de ómega 3 e de antioxidantes, sendo também ricas em fibras e vitamina C. A planta tem um ciclo curto (2/3 meses), sendo colhida apenas entre janeiro e março, sem qualquer tipo de certificação ou controlo fitossanitário.

Reconhecido o interesse gastronómico da meruje, importa agora “transformá-la num recurso agrícola viável e numa alternativa saudável e complementar aos vegetais mais vulgarmente utilizados em saladas. Com elevado valor nutricional, esta planta silvestre é, desde há muito, colhida e usada na alimentação por populações rurais. Na zona da Guarda, p. ex., é habitual colher e degustar a meruje”, explicam David Reis e Rui Pereira, Mestres em Biodiversidade e Biotecnologia Vegetal responsáveis pelo projeto.
Os investigadores já efetuaram clonagem da planta e vários ensaios de cultura in vitro, em laboratório, permitindo caracterizar melhor a planta e estudar a sua fenologia, bem como a seleção dos genótipos mais interessantes para o cultivo.