A Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) propôs ao Governo avançar com um projeto-piloto de comunidades de energia solar no regadio coletivo, de forma a reduzir as emissões de carbono e os custos da energia na distribuição de água à agricultura.
Em comunicado, a Fenareg revela que a proposta surge na sequência do anúncio pela Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, de que pretende implementar comunidades de energia solar no setor agrícola, referindo o papel importantíssimo dos sistemas coletivos de regadio nestas estruturas.
No modelo em estudo pela Fenareg as associações de regantes funcionariam como polo produtor e distribuidor de energia limpa para os agricultores e a comunidade local (agroindustria, autarquias, etc), sobretudo no período de Inverno, quando as necessidades energéticas do regadio são reduzidas.
Neste sentido, a Federação apela para que a medida de “Instalação de painéis fotovoltaicos- Next Generation” abranja os regadios coletivos e as associações de regantes, através de um anúncio dedicado na operação 3.4.2 do PDR2020.
“Abastecemos água a 40% da área de regadio em Portugal – 240.000 hectares – e suportamos custos elevadíssimos com a energia – 390 GWh/ano -, que chega a ter um peso de 75% do custo do serviço de abastecimento de água. É por isso de elementar justiça que as associações de regantes sejam incluídas nos apoios à instalação de energias limpas”, declarou o presidente da Fenareg, José Núncio.
As comunidades de energia solar são constituídas por um conjunto de consumidores que, através de uma instalação partilhada, produzem parte ou a totalidade da energia elétrica que consomem, através de recursos renováveis, reduzindo os custos com a eletricidade.
Por outro lado, a Federação congratula-se com a reintrodução do apoio da eletricidade verde, mas defende que a medida deve ser estudada em conjunto com o setor para responder de forma efetiva às necessidades dos agricultores.
Os regantes também apelam ao Governo para que sejam implementados contratos sazonais de eletricidade para a agricultura, tal como já acontece em Espanha.