Nasceu a Federação da Agricultura Algarvia (FEDAGRI), que conta com o apoio de 18 entidades representativas de toda a agricultura, florestas e pecuária do Algarve.
A FEDAGRI tem como missão “defender e desenvolver os interesses agrícolas da região do Algarve e dar voz ao setor, fundamental para a economia regional e nacional”, explica o comunicado de imprensa.
Para Afonso Nascimento, porta-voz da Comissão Instaladora, “a agricultura algarvia deve ser reconhecida e considerada como um setor fundamental para a economia regional e nacional: somos essenciais para a soberania alimentar, para a ocupação do território e para a diversificação económica. Somos pioneiros na implementação de tecnologias para a gestão eficiente da água, porque sabemos bem a importância de cada gota. E somos também parte da paisagem algarvia. E como não nos escusamos às nossas responsabilidades e queremos fazer parte da solução, tendo uma voz ativa e participativa na definição das políticas do setor, constituímos a FEDAGRI”.
E continua: “estamos disponíveis para trabalhar em conjunto com os serviços competentes em soluções justas, equitativas e eficazes, sempre no cumprimento da Constituição e da lei, que permitam ultrapassar as dificuldades sentidas, não só pelo setor agrícola, mas por todo o Algarve”.
De acordo com a comunicação, a federação pretende contribuir para a discussão de ideias e projetos que permitam a defesa e o desenvolvimento dos interesses agrícolas da região do Algarve, com especial foco na gestão dos recursos hídricos. Entre os seus objetivos está colaboração com os organismos oficiais na programação, desenvolvimento, execução e exploração das políticas agrícolas, de produção e de obras dos aproveitamentos hidroagrícolas.
Está também contemplada a representação das estruturas associativas do setor junto das entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais, e das organizações representativas dos trabalhadores; e a representação do setor junto das instâncias ligadas à gestão dos recursos agrícolas e hídricos.
Segundo a nota de imprensa, a contribuição do setor primário da região algarvia para estes valores corresponde a 456,6 milhões de euros (4,5%) do Valor Acrescentado Bruto (VAB), sendo que, nos últimos 10 anos, o produto agrícola bruto da região aumentou 5,4% em volume e 7,4% em valor/ano, “o que levou a agricultura algarvia a apresentar o melhor desempenho económico entre as várias NUTII”.
“Representamos 74% da área nacional cultivada com citrinos e 88% da produção, com um contributo de 172 milhões para as exportações nacionais. No Algarve, encontram-se também cinco das maiores empresas produtoras e exportadoras de plantas ornamentais. Já nos últimos anos, foram feitos investimentos importantes na vinha e no setor do enoturismo; as produções de frutos vermelhos e de abacates contam com instalações modernas e eficientes”, sublinha Afonso Nascimento.
A criação da FEDAGRI tem origem na Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), criada em janeiro deste ano com o intuito de defender os interesses dos produtores, agricultores e associações de regantes após o anúncio dos cortes de água para o Algarve.
A apresentação oficial da FEDAGRI decorreu no passado sábado, dia 17 de agosto, em Lagoa, e as eleições dos corpos sociais estão marcadas para 4 de setembro.