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Agricultura

Explorações agrícolas registam quebra de 5% em dez anos, mas superfície utilizada sobe 7%

Dimensão das explorações agrícolas portuguesas já vai em 14,1 hectares

O número de explorações agrícolas caiu 5% em 2019, para 290 mil, em comparação com a 2009. No entanto, a superfície agrícola utilizada aumentou 7%, ocupando 3,9 milhões de hectares, revelam os primeiros resultados do recenseamento agrícola.

“No RA 2019 [Recenseamento Agrícola 2019] foram recenseadas 290 mil explorações, menos 15,5 mil que em 2009 (-5%)”, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE). Contudo, os dados mostram que “a superfície agrícola utilizada (SAU) aumentou 7%, passando a ocupar 3,9 milhões de hectares (43% da superfície territorial)”.

 

A dimensão média das explorações agrícolas aumentou para 13,6 hectares de SAU por exploração, o que significa mais 1,6 hectares do que em 2009.

“O abandono da atividade agrícola por um número significativo de agricultores, verificado entre 1989 e 2009, registou um acentuado abrandamento no último decénio, tendendo mesmo para alguma estabilização, comprovada pelo reduzido decréscimo do número de explorações agrícolas mas, principalmente, pelo inédito aumento da SAL”, explica o INE.

 

Segundo o documento, o abandono da atividade agrícola em 2009 ocorreu, principalmente, entre os pequenos produtores, tendo o número de explorações com mais de 20 hectares aumentado 15%.

O INE adianta que o aumento da dimensão média das explorações “não resultou duma concentração fundiária em grandes unidades produtivas, que não registaram alterações significativas quer em número quer na respetiva SAU, ficando principalmente a dever-se ao efetivo redimensionamento das explorações de média dimensão”.

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As cerca 1,1 mil explorações com mais de 500 hectares continuam, no entanto, a gerir mais de um quarto da SAU, incluindo-se alguns baldios ou terras comunitárias, na sua maior parte pastagens.

O INE avança ainda que, na década em causa, a utilização das terras agrícolas alterou-se, verificando-se um decréscimo de 12% nas terras aráveis, “mais que compensado pelos expressivos aumentos das áreas das culturas permanentes (+24%) e das pastagens permanentes (+14%)”.

 

“Assistiu-se a uma forte aposta na instalação, modernização e rega de olivais e pomares, principalmente de frutos pequenos de baga, subtropicais e amendoais”, lê-se no documento.

Já a produção pecuária registou “uma evidente reestruturação”, levando ao abandono de pequenos produtores e ao aumento generalizado da dimensão média do efetivo por exploração.

Estes são os primeiros resultados de âmbito nacional do RA2019, cuja recolha de informação decorreu entre outubro de 2019 e novembro de 2020. De acordo com o INE, serão disponibilizados os resultados definitivos no final de março de 2021.