A Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) afirma que ficou patente que “Portugal precisa de uma visão de longo prazo e de políticas públicas estáveis para o regadio”. Na opinião da entidade, foi esta a conclusão da conferência organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) na Feira Nacional de Agricultura (FNA).
No evento, o presidente da Fenareg, José Núncio, defendeu a necessidade de investimento em Portugal no aumento da capacidade de regularização interanual das bacias hidrográficas. “No Tejo as soluções estão estudadas, passam por dar usos múltiplos aos reservatórios atuais e pela construção de um novo grande reservatório – a Barragem do Alvito”, afirmou o responsável.
Já o consultor Pedro Serra, um dos responsáveis pela negociação da convenção luso-espanhola sobre os rios internacionais, considera que o problema dos caudais no Tejo poderá ser parcialmente resolvido com a exploração da Barragem do Cabril como empreendimento de fins múltiplos.
“Os 115.000 hectares de regadio no Ribatejo existem à conta da iniciativa privada e de recursos hídricos subterrâneos, não se constrói uma barragem na bacia do Tejo há mais de 30 anos», explicou o especialista.
Por sua vez, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, advogou: “Precisamos de ter independência efetiva sobre os recursos hídricos do nosso território”, uma vez que 60% dos recursos hídricos provêm de rios internacionais. O responsável defende que o Projeto Tejo é o grande projeto que falta fazer nesta região, tal como no Alentejo a Barragem do Pisão.
Na conferência este ainda presente a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que revelou que foi adjudicada uma verba de 400 mil euros para estudo do Projeto Tejo. Além disso, a responsável pela pasta da agricultura, a propósito de políticas públicas de regadio, garantiu: “Vamos avançar rapidamente para a criação de uma certificação de explorações de regadio sustentável”.
