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Cereais

Primeiro-Ministro defende soberania alimentar. Setor dos cereais aplaude

Primeiro-Ministro defende soberania alimentar. Setor dos cereais aplaude iStock

O país tem capacidade para aumentar a soberania alimentar e inverter a subida do défice da balança comercial no setor dos cereais, que triplicou em menos de 10 anos. A afirmação é do Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, em visita à Ovibeja, de acordo com o comunicado de imprensa enviado às redações pelas associações que representam o setor.

Luís Montenegro afirmou que “tínhamos um défice comercial do ponto de vista alimentar, em 2014, de 1.148 milhões de euros e que atingiu, no ano passado, 3.647 milhões de euros. Triplicou em menos de 10 anos”, frisou.

 

Acrescentando ainda que “não estamos a defender um protecionismo europeu. Estamos a defender que haja justiça no comércio internacional, regras de compromissos no mercado internacional e uma consciência de equilíbrio”.

Além disso, Luís Montenegro ainda referiu que “exigimos para nós regras restritivas para salvaguardar o meio ambiente e a saúde pública, mas fechamos os olhos a produtos agrícolas provindos de outras geografias que não respeitam os princípios que são impostos no quadro comunitário”.

 

Em comunicado, a Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), a Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) e a Associação de Orizicultores de Portugal (AOP), elogiaram estas últimas declarações do Primeiro-Ministro no evento dedicado à agricultura e à agropecuária.

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Em função dos “constantes desafios colocados pela geopolítica mundial, que tanto afetam o comércio dos cereais e a economia dos países”, a ANPROMIS, a ANPOC e a AOP deixam um alerta ao atual Governo “para a necessidade de revisitar, no mais curto espaço de tempo, a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais sob pena de se perder uma oportunidade única de se reduzir o nosso grau de autoaprovisionamento de cereais”, lê-se na nota.

 

De acordo com as associações do setor, Portugal é historicamente dependente da importação de cereais. Em 1989, adiantam as Associações, os níveis de autoaprovisionamento eram de 60%. “Porém, a diminuição da produção e o aumento das necessidades conduziram a um valor atual particularmente baixo, o que constitui uma singularidade no contexto europeu e mundial”, esclarecem.

E continuam: “o impacto no défice alimentar é grande, contribuindo para o importante desequilíbrio estrutural da economia portuguesa a este nível”.

 

Segundo o comunicado, o setor dos cereais representa mais de 10% das importações alimentares e mais de 30% das importações agrícolas.