A produtividade do trabalho agrícola desceu 6,6% na União Europeia, após um crescimento entre 2019 e 2022. Portugal foi um dos sete países que quebrou a tendência europeia, com a produtividade a crescer 9,9% (o terceiro maior valor).
Melhor que Portugal só Bélgica (+31%) e Espanha (11,1%), revela o Eurostat. Estes aumentos deveram-se à descida dos preços dos fertilizantes e dos fatores de produção e ao aumento dos preços dos produtos em que estes países são especializados, como o azeite, a batata ou os suínos.
A quebra na produtividade europeia deveu-se a uma diminuição de 7,9% do valor real do rendimento gerado pelas unidades envolvidas em atividades de produção agrícola (rendimento dos fatores) e uma redução (-1,4%) no volume de trabalho agrícola (medido em unidades de trabalho anuais, representando equivalentes de trabalho a tempo inteiro)”.
As maiores quedas foram registadas na Estónia (57,9%), Suécia (-31,7%), Irlanda (-30,3%), Lituânia (-30,2%) e Bulgária (-28,6%).
O valor acrescentado bruto pelo setor agrícola da UE, que é a diferença entre o valor da produção agrícola e os custos dos serviços e bens utilizados no processo de produção (consumo intermédio), manteve-se relativamente estável (+0,9%) em 2023, após uma subida acentuada (+15,1%) em 2022.
Por sua vez, tal refletiu-se nos preços que se mantiveram relativamente inalterados após um forte crescimento em 2021 e 2022, tanto na produção (+0,5%) como no consumo intermédio (-0,9%), bem como volumes que caíram apenas ligeiramente na produção (-1,0%) e no consumo intermédio (-0,6%).
Apesar da desaceleração em 2023, o nível do rendimento real dos fatores na UE em 2023 permaneceu 10,1% mais elevado do que em 2015. Este rendimento era nominalmente repartido por uma quantidade muito menor de mão de obra. O índice de mão de obra agrícola diminuiu 18,2% no mesmo período. Em conjunto, estas alterações resultaram numa produtividade do trabalho agrícola da UE 34,6 % mais elevada em 2023 do que em 2015, apesar da desaceleração estimada em 2023.
