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Biotecnologia

Gene que contém resistência à ferrugem-negra-do-trigo é descoberto

Gene que contém resistência à ferrugem-negra-do-trigo é descoberto

Uma equipa internacional de investigadores liderada pelo John Innes Centre, pelo Sainsbury Laboratory, e pela Universidade do Minnesota descobriu na planta Aegilops sharonensis um gene resistente à doença da ferrugem-negra-do-trigo.

Segundo explicado em comunicado, esta planta é encontrada em Israel e no sul do Líbano e, após identificado o gene que contém a resistência, o mesmo foi isolado e transferido para uma planta suscetível. Os resultados mostraram uma forte proteção contra todas as variantes do fungo da ferrugem-negra-do-trigo (Puccinia graminis f. sp. tritici).

 

“Tem sido uma árdua jornada de investigação que durou muitos anos, mas agora encontramos este gene que confere resistência num espectro amplo. Ainda não encontrámos um agente patogénico isolado que consiga ultrapassar o gene”, explica o investigador do John Innes Centre, Guotai Yu.

As experiências mostraram que o gene Sr62 codifica uma molécula chamada tandem protein kinase. Os estudos em curso estão a investigar como este gene funciona para que os investigadores possam biologicamente criar o mecanismo para ser mais eficiente.

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A equipa de investigação planeia empregar o novo gene como parte de uma compilação de genes – inserida nas variedades de trigo comumente usadas – utilizando tecnologia de modificação genética.

A Aegilops sharonensis é conhecida por possuir muitos traços de importância agrícola, tais como a resistência a doenças importantes, incluindo a ferrugem. No entanto, o seu longo tempo de gestação, o revestimento resistente das sementes e as dificuldades de cruzar com o cultivo de trigo tornaram-no menos tratável do que outras espécies de ervas selvagens de onde são extraídos traços genéticos úteis.

 

“Dadas as grandes dificuldades em cruzar a Aegilops sharonensis com o trigo, tínhamos a certeza de que os genes de resistência à ferrugem descobertos na espécie selvagem seriam novos”, considera o professor e investigador da Universidade do Minnesota, Brian Steffenson.