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agricultura

Small is beautifull?

Por estes dias é assim. Não há bloco noticioso que se preze, seja em que canal for, que não fale de agricultura. O mesmo se passa na imprensa escrita generalista.

O mesmo se passa na imprensa escrita generalista. E não se tratam de reportagens sobre intempéries ou desgraças na lavoura mas sim de notícias sobre inovação no agroalimentar, crescimento da produção agrícola, aumento do peso nas exportações e casos de novos agricultores ou novas culturas. As intenções podem não ser as mais nobres (na base está sempre a difícil situação económica que está a empurrar muita gente que ficou desempregada para a agricultura, facto que ‘agarra’ as audiências) mas a mudança de paradigma é clara: é a agricultura pela positiva, a atividade que ajuda a fazer crescer o país e um dos poucos setores onde ainda existe esperança e otimismo.

Já aqui disse, e repito, que ser agricultor não é para todos, por muito jovens e bem formados que sejam os candidatos. Mas sem dúvida que a nossa agricultura precisa de sangue novo, de novas ideias e de investimentos estruturados. E gente que chega de fora, com outra visão, e que pensa out of the box é sempre bem-vinda.

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Começamos a ver a instalação de pequenos projetos, em zonas do interior do país, essencialmente em culturas não tradicionais ou com métodos de produção inovadores. E aqui é preciso perceber que dimensão das explorações e a sua capacidade para ser competitiva, muda muito de cultura para cultura. É o valor acrescentado que cada uma tem que faz a diferença na rentabilidade do produtor. Um bom exemplo disso é o caso da Herdade de Gamoal, cuja história contamos nesta edição. São mais de 500 hectares de terra, mas um terço da faturação vem da produção de plantas aromáticas e medicinais que ocupam uns meros…2,5 hectares. Ou seja, é possível construir um bom negócio com poucos recursos? Sim. O ponto está em saber escolher: a(s) cultura(s), as oportunidades de mercado, o posicionamento, os preços a praticar, a forma de comunicação, etc, etc, etc… E pensar que, num cenário competitivo, criar valor é essencial, seja para um latifundiário, seja para um pequeno produtor.