A Associação Florestal de Portugal (Forestis) votou desfavoravelmente a proposta da terceira reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
De acordo com o comunicado de imprensa enviado às redações, o Presidente da Forestis, Carlos Duarte, manifestou-se “completamente desagradado com o corte profundo aos incentivos financeiros previstos para o setor florestal”, tendo apelado a que a floresta nacional não seja abandonada.
“Esta proposta é claramente um fator de desinvestimento ao setor florestal e de abandono à fileira”. Não pode haver a expetativa de uma gestão ativa se o Estado não nos apoiar”, classificou o dirigente.

Presidente da Forestis, Carlos Duarte
Carlos Duarte advertiu que o PEPAC foi aprovado em agosto de 2022 e que, até à data, não se registou um aviso de concurso, para que um agricultor ou um proprietário florestal se possa candidatar ao longo destes 26 meses e concretizar algum investimento.

“É importante sinalizar este facto, porque fala-se, em execução de investimentos, mas muitas vezes a responsabilidade não é do investidor, é sim de quem tem a gestão efetiva da oferta de financiamento”, salientou o Presidente da Forestis.
O responsável enfatizou ainda que “os espaços florestais são cerca de 6 milhões de hectares, o que representa 60% do país, temos mais de 400 mil proprietários privados, além dos baldios. Para esses 60% do território, em que a coesão territorial possa ser efetiva, tem de contar com valorizações económicas quer da agricultura, quer principalmente das florestas”.
O dirigente da Associação Florestal de Portugal explicou que, do envelope do PEPAC, 7.220 milhões de euros, 153 milhões são destinados ao setor florestal, “isto é, para 60% do território (espaços florestais), só foram destinados 2% da verba total do PEPAC”.
Carlos Duarte realçou também que, no PDR 2020, estava previsto para este tipo de medidas, cerca de 505 milhões de euros, tendo sido executados 420 milhões até ao momento. Por último, o presidente apontou o dedo à retirada de 121, 5 milhões de euros à verba total prevista no PEPAC, aprovado em 2022, pela Comissão Europeia (CE).