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Agricultura

Copa-Cogeca: “Esperamos mais palavras e atos para a agricultura no próximo mandato”

CEstá criado o Conselho Europeu para a Agricultura e Alimentação Direitos Reservados

A Copa-Cogeca, representante dos agricultores e das cooperativas agrícolas europeias, congratulou Ursula von der Leyen, recandidata à presidência da Comissão Europeia (CE), pelos sinais positivos dados até ao momento relativamente ao futuro da agricultura na Europa, mas frisou que “esperamos mais palavras e atos para a agricultura no próximo mandato”.

As eleições para a presidência da CE acontecem na manhã de quinta-feira, 18 de julho.

 

De acordo com a entidade, a agricultura esteve em destaque nas eleições europeias, sendo frequentemente mencionada pelos candidatos e destacada nos manifestos dos partidos. Desde a experiência do “Do prado ao prato”, às crises que abalaram a Europa e aos importantes protestos contra a agricultura no início deste ano, surgiu um consenso: “a agricultura é um dos três pilares da autonomia estratégica da UE, a par da energia e da defesa”. A forma como a União Europeia (UE) irá abordar estes três domínios nos próximos cinco anos “será crucial para o seu futuro”.

Na comunicação, a Copa-Cogeca enalteceu que, durante a anterior legislatura, advertiram com frequência contra a atitude um pouco “depreciativa” da Comissão relativamente à agricultura.

 

“Congratulamo-nos por ver que prevalece uma visão estratégica atualmente. Sentimo-nos particularmente encorajados pelo interesse renovado dos grupos políticos na presidência da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e no papel de Comissário para a Agricultura. Isto é um forte contraste com o estado das discussões durante o mesmo período em 2019”, frisou a Copa-Cogeca.

Apesar da agricultura europeia ser essencial e estratégica, a entidade alertou para o facto de continuar a ser “frágil”, adiantando que “os desafios a médio prazo que terá de enfrentar são existenciais”.

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“Enquanto a agricultura está atualmente no centro das atenções, surgiu um certo paradoxo. Apesar das intenções expressas pelos partidos políticos durante a campanha, ainda não se vislumbram respostas políticas convincentes e inovadoras para as dificuldades e preocupações levantadas durante os protestos agrícolas. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conseguiu dar respostas a curto prazo, propondo simplificações à nova PAC e iniciando um ambicioso trabalho de base com o lançamento do diálogo estratégico sobre o futuro da agricultura da UE. Isto é positivo. No entanto, esperamos mais palavras e atos para a agricultura no próximo mandato”, reiterou a Copa-Cogeca.

Relativamente ao discurso que Ursula von der Leyen irá fazer na próxima quinta-feira, a entidade referiu que “prevemos, à semelhança do seu último discurso sobre o Estado da União em 2023, um foco particular nas questões agrícolas e a introdução dos primeiros marcos fundamentais”.

 

“Na nossa opinião, alguns elementos são essenciais para restabelecer uma visão estratégica da nossa agricultura. Neste momento, os agricultores e as cooperativas europeias procuram obter garantias quanto a certos compromissos assumidos durante a campanha, nomeadamente no que se refere ao orçamento da UE para a agricultura. Não podemos esperar que os agricultores façam mais, deixando-os na incerteza quanto ao financiamento dos nossos objetivos comunitários. A este respeito, seria uma oportunidade perdida reduzir os orçamentos atribuídos à política de promoção, uma vez que se trata de uma das notáveis ​​histórias de sucesso da UE”, lê-se na comunicação da Copa-Cogeca.

Além disso, na comunicação, assinada por Christiane Lambert, presidente da COPA e Lennart Nilsson, presidente da COGECA, é referido que é necessária “mais coerência política, especialmente entre as nossas ambições ambientais no mercado interno e a nossa política comercial. A este respeito, qualquer esforço no sentido de fazer avançar o acordo UE-Mercosul na fase inicial do mandato enviaria um mau sinal político”.

Para finalizar, as responsáveis frisaram que os próximos meses “serão cruciais para converter as intenções da campanha em ações fortes e concretas”.