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Falta de chuva coloca cultivo de cereais em mínimo histórico

Preços dos cereais devem continuar a subir

As previsões agrícolas do INE apontam para novo mínimo histórico nas superfícies semeadas com cereais de outono/inverno, devido à falta de chuva e aos baixos preços pagos ao produtor.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou as previsões agrícolas, relativas ao final de janeiro, salientando que “o tempo seco e frio tem prejudicado o desenvolvimento de algumas culturas, nomeadamente das pastagens e culturas forrageiras” e que “a persistência destas condições meteorológicas irá afetar também os cereais de outono/inverno”.

O INE diz, todavia, que a campanha oleícola deverá ser boa, prevendo-se “que se mantenha a tendência de aumento de produção de azeitona para azeite, que deverá aproximar-se das 460 mil toneladas”. 

 

As condições meteorológicas permitem a realização das tarefas da época, possibilitando o fácil acesso aos terrenos, “contudo, influenciaram negativamente o desenvolvimento das culturas, comprometendo em particular a produção de matéria verde nos prados, pastagens e culturas forrageiras. O aspeto vegetativo destas culturas é fraco, não garantindo a satisfação plena das necessidades alimentares dos efetivos”, pelo que “observa-se, assim, um aumento gradual do consumo de palhas, fenos, silagens e de rações industriais”.

Decréscimo nas áreas dos cereais de outono/inverno

 

O INE salienta que “os efeitos prejudiciais da seca meteorológica também se fizeram sentir diretamente nas superfícies destinadas às sementeiras dos cereais de outono/inverno”.

As sementeiras efetuadas a partir do final de dezembro, já em défice de humidade, germinaram de forma irregular, havendo alguns produtores que optaram mesmo por não semear ou não concluir as sementeiras entretanto iniciadas.

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“Este fator, aliado à baixa atratividade dos preços que têm sido pagos à produção, contribuiu para a diminuição das áreas cultivadas de cereais praganosos, face a 2011, com reduções de 10% na cevada e de 5% nos trigos e no triticale”, refere o Instituto.

No centeio a superfície semeada deverá rondar os 21 mil hectares, valor semelhante ao registado na campanha anterior.

 

Mas, neste momento, “a continuação do tempo seco começa a levantar justificadas preocupações junto dos produtores, uma vez que os baixos teores de humidade do solo, para além de contribuírem para o aumento do stress hídrico, impedem que as adubações de cobertura possam ser efetuadas com eficácia”.

Azeitona para azeite com boa campanha

A produtividade de azeitona para azeite na Região do Alentejo foi bastante superior à do ano anterior, tendo compensado, em termos nacionais, as quebras registadas noutras regiões, diz o INE

“No cômputo geral o saldo foi positivo, prevendo-se, face à campanha anterior, um aumento de 5% na produção de azeitona para azeite, que deverá rondar as 457 mil toneladas”, frisa o Instituto, sendo que “em termos qualitativos, o panorama geral é de que nesta campanha oleícola se venham a produzir azeites de qualidade superior”.