Portugal tem reservas de cereais para alimentação humana “para cerca de um mês e meio a dois meses”. A revelação foi feita pelo diretor-geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura, Eduardo Dinis. O governo quer reforçar estas reservas.
A ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, em declarações à RTP, revelou que o governo quer aumentar o stock e já está em contacto com o Brasil para compensar as importações de milho ucranianas. “O Brasil neste momento já é o nosso segundo mercado a quem nós adquirimos cereais e, portanto, é mais uma forma de nós podermos aumentar as importações que já fazemos”, explicou.
Por sua vez, Eduardo Dinis, em declarações ao Expresso, recorda que, apesar da existência destas reservas, não existe nenhuma obrigatoriedade legal para a existência de uma reserva estratégica de matérias-primas alimentares, a nível nacional.
No entanto, explica o diretor-geral do GPP do Ministério da Agricultura, os importadores de cereais estão a negociar com os proprietários dos silos – nomeadamente os que existem na Trafaria e Beato (junto ao Tejo, em Lisboa), em Aveiro e Leixões -, a possibilidade de utilização dos mesmos por períodos mais prolongados que o habitual, para permitir aumentar, de certa forma, o nível de segurança alimentar do país.